segunda-feira, 23 de julho de 2012

Richard Wurmbrand


Nos Anos 80 eu li um livrinho chamado Torturado por amor a Cristo. Este livro contribuiu em muito para aumentar minha fé e reconhecer que meus sofrimentos na minha vida cristã, são um grão de areia diante dos sofrimentos de homens como Richard Wurmbrand, o soldado Ivan e outros heróis da Fé. O blog Assembléianos Puritanos, que sigo publicou uma biografia de Richard Wurmbrand que compartilho com vocês:

Richard Wurmbrand(Março 24, 1909 – Fevereiro 17, 2001) era um Romeno evangélico Pastor e escritor. Ele foi o fundador da Organização Internacional Voz dos Mártires ou The Voice of the Martyrs.

Richard Wurmbrand, o caçula de quatro filhos, nasceu em 1909 em Bucareste, em uma família judaica. Ele viveu com sua família em Istambul por um curto tempo, seu pai morreu quando ele tinha 9 anos e os Wurmbrands voltaram à Romênia, quando ele tinha 15 anos. Quando adolescente, ele foi enviado para estudar o marxismo, em Moscou, mas retornou clandestinamente no ano seguinte. Perseguido pela Siguranţa Statului (polícia secreta), ele foi preso e mantido na prisão Doftana. 

Ao retornar à sua pátria, Wurmbrand, já era um importante agente do Comintern, líder e coordenador pago diretamente por Moscou. À semelhança de outros comunistas romenos, ele foi preso várias vezes, então condenado e liberado novamente. Casou-se com Sabina Oster em 26 de outubro de 1936. Wurmbrand e sua esposa se tornaram crentes em Jesus como Messias, em 1938, através do testemunho dos cristãos Wolfkes, um carpinteiro romeno Christian, que integrou a Missão Anglicana para os judeus. Wurmbrand foi ordenado por duas vezes - primeiro como um anglicano, em seguida, após a Segunda Guerra Mundial, como um pastor luterano.
Em 1944, quando a União Soviética ocupou a Roménia, o primeiro passo para estabelecer um regime comunista, Wurmbrand começou um ministério para os seus compatriotas romenos e aos soldados do Exército Vermelho. Quando o governo tentou controlar as igrejas, ele imediatamente começou um ministério "subterrâneo" para seu povo. Richard é lembrado por sua coragem em estar em uma reunião de líderes da igreja e denunciando o controle do governo das igrejas. Ele foi preso em 29 de fevereiro de 1948, enquanto caminhava para os cultos da igreja.
Wurmbrand enquanto preso foi açoitado, torturado e obrigado a ingerir drogas. Apesar de tudo ele resistiu e ficou firme. Passou dois anos na “cela da morte”, assim chamada por não ter voltado ninguém dali com vida até então.

Wurmbrand, que passou pelos Estabelecimentos Penais de Craiova, Gherla, o Danube-Black Sea Canal, Văcăreşti, Malmaison, Cluj, finalmente, Jilava, solitária onde passou três anos. Sua esposa, Sabina, foi in presa em 1950, passou três anos em Danube-Black Sea Canal em trabalho escravo. Wurmbrand foi libertado da primeira prisão em 1956, depois de oito anos e meio. Embora avisado para não pregar, retomou todos elementos trabalho na Igreja Subterrânea. Foi preso novamente em 1959 e condenado a 25 Anos. Durante sua prisão, foi torturado e espancado. Foi solto pela Anistia em 1964. Preocupados com a possibilidade de que Wurmbrand fosse mais uma vez para a prisão, a "Norwegian Mission to the Jews" e também "Hebrew Christian Alliance" negociaram as autoridades comunistas para sua libertação por US$ 10.000. Foi convencido pelos Líderes da Igreja Subterrânea a sair do país para se tornar a Voz da Igreja Perseguida.

“Crentes eram pendurados em cordas de cabeça para baixo e açoitados tão severamente que seus corpos balançavam de um lado para o outro sob a força das pancadas. Eram colocados em refrigeradores — “celas refrigerantes” — tão frias que se formava uma camada de gelo na parte interna da cela. Eu próprio fui jogado em uma dessas celas com bem pouca roupa. Médicos da prisão observavam-nos através de uma abertura, até verem sintomas de morte por congelamento. Nesse ponto davam sinal e os guardas nos tiravam e então éramos aquecidos. Quando já estávamos adquirindo calor, éramos imediatamente colocados de novo nas celas congeladoras, e isto repetidamente! Descongelar depois congelar até um ou dois minutos antes da morte, e então descongelar novamente. Isso continuava indefinidamente. Até hoje, algumas vezes não suporto abrir um refrigerador”.

“Uma grande lição permaneceu após todas as surras, torturas e carnificina infligidas pelos comunistas aos cristãos: o espírito é capaz de dominar o corpo. Muitas vezes, ao sermos torturados, sentíamos a dor, mas era como se fosse algo distante e bem dissociado do nosso espírito que estava tomado com a glória de Cristo e a sua presença conosco. Quando recebíamos uma fatia de pão por semana, e uma tigela de sopa de água suja por dia, decidimos que continuaríamos dando fielmente o “dízimo” mesmo nestas circunstâncias. De dez em dez semanas pegávamos a fatia de pão e a entregávamos a alguém que estava mais fraco como nossa oferta ao Mestre”.

Um cristão recebeu a sentença de morte. Antes de ser executado, permitiram que visse sua esposa. Suas últimas palavras a ela foram: “Você precisa saber que morro amando aqueles que me matarão. Eles não sabem o que fazem, e meu último pedido é que você os ame também. Não sinta amargura no seu coração porque mataram o seu amado. Encontraremo-nos no céu”. Estas palavras impressionaram o oficial da polícia secreta que estava acompanhando a conversa entre os dois de tal forma que se converteu. Em conseqüência, foi colocado na prisão junto comigo, onde contou-me esta história.

Na prisão de Tirgu-Ocna, havia um prisioneiro muito jovem chamado Matchevici. Estivera ali desde a idade de dezoito anos. Por causa das torturas, estava agora muito doente com tuberculose. Sua família descobriu de alguma forma o seu estado de saúde, e enviou-lhe cem vidros de estreptomicina, que poderiam lhe fazer a diferença entre a vida e a morte. O oficial político da cadeia chamou o prisioneiro e mostrou a encomenda. Disse-lhe: “Aqui está o remédio que pode salvar sua vida. Mas não é permitido receber encomendas da família.

Pessoalmente, gostaria de ajudá-lo. Você é jovem. Não gostaria que morresse na prisão. Ajude-me a ajudá-lo! Dê-me informações contra seus companheiros na prisão, e isto me dará justificativa diante dos meus superiores por lhe ter entregado a encomenda”. Matchevici respondeu sem hesitar: “Não desejo permanecer vivo e ter vergonha de olhar no espelho, pois estaria vendo um traidor. Não posso aceitar tal condição. Prefiro morrer”. O oficial lhe estendeu a mão e disse: “Minhas congratulações. Não esperava que me desse qualquer outra resposta”.

Mas eu gostaria de fazer outra proposta. Alguns dos prisioneiros se tornaram informantes. Afirmam que são comunistas, e estão denunciando a você. Jogam dos dois lados. Não confiamos neles. Gostaríamos de saber até que ponto são sinceros. Para você foram traidores. Prejudicaram muito sua vida, informando-nos sobre suas palavras e ações. Compreendo que não queira trair seus companheiros. Mas dê-nos informações sobre estes que se lhe opõem, e assim salvará sua vida! “Matchevici respondeu com a mesma rapidez que tivera na primeira proposta. “Sou um discípulo de Jesus, e ele nos ensinou a amar até nossos inimigos. Estes homens que nos traem realmente nos prejudicam muito, mas não posso pagar o mal com mal. Não posso dar informação nem contra eles. Tenho pena deles, oro por eles, mas não desejo ter qualquer ligação com os comunistas”. Matchevici voltou desta conversa com o oficial e morreu na mesma cela onde eu estava. Estive ao seu lado quando morreu, e morreu louvando a Deus. O amor venceu até mesmo a sede natural pela vida.

“Se um homem pobre é um apaixonado por música, dará seu último centavo para assistir a um concerto. Ficará sem dinheiro, mas não sentirá frustração, pois encheu sua alma de sons maravilhosos. Não me sinto frustrado por ter perdido muitos anos na prisão. Vi muitas coisas belíssimas. Já estive entre pessoas fracas e insignificantes na prisão, mas também tive o privilégio de estar na mesma cela com grandes santos, heróis da fé que se equipararam aos cristãos do primeiro século. Enfrentaram a morte por Cristo com alegria. A beleza espiritual de tais santos e heróis da fé nunca se poderão descrever.

“As coisas que estou dizendo aqui não são excepcionais. As coisas sobrenaturais tornaram-se comuns aos cristãos na igreja subterrânea. A igreja subterrânea é a igreja que voltou ao primeiro amor”.

“Antes de ser preso, eu amava muito a Cristo. Agora, depois de ter visto a “Noiva de Cristo”, seu corpo espiritual na prisão, posso dizer que amo a igreja subterrânea tanto quanto amo ao próprio Cristo. Vi sua beleza e seu espírito de sacrifício”

FONTE: www.ressureicao.com 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Precisamos voltar a cultuar a Deus


     Cultuar ao Senhor implica adorá-lo, tributar-lhe voluntariamente louvores e honra. Podemos cultuá-lo de modo individual — continuamente: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17) — e de maneira coletiva, quando nos reunimos em algum lugar (templo, casa, etc.) para adorá-lo (Mt 18.20). Em ambas as modalidades, o objetivo primário é sempre a adoração (Jo 4.23,24), seguida do enlevo espiritual do adorador (Jr 23.19; 33.3). O culto a Deus exige exclusividade: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10, ARA).

Infelizmente, os nossos cultos coletivos foram, ao longo do tempo, ganhando adjetivos que evidenciam o quanto perdemos de vista o propósito primário de adorar a Deus. Hoje, tudo no culto (culto?) é preparado para agradar as pessoas, e não ao Senhor. E nós nos dirigimos ao templo para receber bênçãos do Senhor, e não (prioritariamente) para oferecer-lhe a nossa adoração. Isso é um desvio, posto que temos invertido as prioridades.

Vejamos alguns dos muitos tipos de “culto” que criamos, ao longo do tempo, para satisfazer os nossos caprichos:

Culto de libertação. Com o intuito de atrair gente e ver os templos lotados — o que também, naturalmente, aumenta a receita da igreja —, começamos a promover “cultos” de libertação. Ora, se o nosso Senhor, o Libertador, está sempre presente conosco e, sobretudo, em nós, por que precisamos de uma reunião específica de libertação? Basta-nos cultuarmos ao nosso Libertador e pregarmos a verdade, sempre, a fim de que haja libertação (Jo 8.32,36).

Culto de avivamento. Hoje, precisamos de reuniões específicas para Deus avivar o seu povo... Mas o verdadeiro avivamento ocorre continuamente, como consequência da verdadeira adoração. O que chamamos de culto de avivamento, na verdade, é uma reunião em que crentes gritam, pulam, sapateiam, mas não amadurecem, não crescem na graça e no conhecimento (2 Pe 3.18). Se oferecêssemos cultos a Deus, com louvor, pregação e ensino da Palavra, haveria verdadeiro e contínuo avivamento na igreja (Ef 5.18,19).

Culto da bênção, da vitória, das causas impossíveis, dos milagres. Como as coisas estão difíceis, hoje! Precisamos de reuniões específicas para Deus operar! É preciso fazer campanha, participar da tarde da bênção, da noite dos milagres... Por que não voltamos a cultuar ao Senhor Jesus? Se fizermos isso, veremos milagres em nosso meio, não de maneira forjada, mas como consequência de nos humilharmos, e orarmos, e buscarmos a sua face, e nos convertermos de nossos maus caminhos (2 Cr 7.14,15).

Culto de louvor. Esse tipo de “culto” — também conhecido, vulgarmente, como “louvorzão” — é, na verdade, um show, pelo qual cantores e grupos se apresentam para agradar a plateia. Há pouco ou quase nada de louvor nesse tipo de reunião, mas o povo dança e se diverte. Já temos até imitações fajutas do Michael Jackson no nosso meio! Podemos chamar isso de culto? Biblicamente, o culto coletivo deveria ser de louvor (louvor, mesmo!), e não de cantoria (uma espécie de show de calouros), dança ou qualquer outro tipo de apresentação para agradar as pessoas.

Cultos de doutrina e da família. Não sou contra reuniões voltadas especificamente para o ensino, como é o caso da Escola Dominical e dos chamados cultos de doutrina. Afinal, quando estudamos a Palavra de Deus com submissão e obediência, também estamos cultuando ao Deus da Palavra. E, se, em nossos “cultos” de doutrina, houvesse mesmo exposição da sã doutrina, seria uma maravilha! Mas precisamos atentar para 1 Coríntios 14.26, a fim de que haja, em nossos cultos coletivos, louvor ao Senhor, exposição da sua Palavra e manifestação do Espírito Santo (1 Co 14.26).

Também não há problema nenhum em fazermos reuniões de aconselhamento à família. Mas é um erro tirarmos Deus do centro, ainda que por uma causa nobre. Precisamos, repito, olhar para o culto mencionado no Novo Testamento, especialmente no livro de Atos. Naquele tempo, não havia culto disso e daquilo. Todo culto era para honrar e adorar ao Senhor. E a salvação de almas, a manifestação do Espírito, mediante os dons espirituais, os milagres, as curas, a resolução de problemas ocorriam naturalmente. Não era preciso fazer campanhas, de$afio$, etc.

Culto administrativo. Ora, se o culto é — por definição — para Deus, como podemos oferecer-lhe um culto administrativo? É óbvio que esse tipo de reunião não é para glorificar ao Senhor. Certa vez, participei de um desses “cultos”. Aliás, eu havia sido convidado para pregar, mas um irmão usou praticamente todo o tempo para falar dos ventiladores e microfones que a igreja tinha comprado, e não houve exposição da Palavra! É claro que esse tipo de reunião (administrativa) é importante, mas isso nada tem que ver com culto a Deus.

Que Deus nos ajude a entendermos que o nosso culto coletivo é um momento especial em que nos reunimos para apresentarmos a Ele um louvor verdadeiro, buscarmos a sua presença, em oração, e ouvirmos a sua voz, principalmente pela sua Palavra. E que o Senhor nos ajude a não sermos crentes que vivem de “cultos” disso e daquilo.

Conscientizemo-nos, ainda, de que o nosso culto a Deus nunca termina. Não o cultuamos apenas no templo, de modo coletivo. Cultuemo-lo constantemente, em nossa casa, em nosso trabalho, na faculdade, no templo, ao dormir, ao acordar... Aliás, até dormindo (no caso dos cristãos se prezam) o cultuamos, como lemos em Isaías 26.9 e Cantares 5.2: “Com a minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” e “Eu dormia, mas o meu coração velava”.

Perdoa-nos, Senhor! Temos nos orgulhado do grande crescimento numérico das igrejas evangélicas, ainda que os líderes de muitas delas não tenham nenhum compromisso com o evangelho de Cristo. De fato, Senhor, elas estão cheias de multidões de interesseiros. Mas temos pecado, ao não adorar a ti em espírito e em verdade. Renova-nos, a fim de que voltemos a dar-te culto, como nos tempos da igreja primitiva. Amém.

Quantos podem dizer “amém”?

Ciro Sanches Zibordi