segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

4 olhares

"Se olho para mim, 
me deprimo.
 Quando olho para os outros,
me iludo.
Quando olho para as minhas circunstâncias, 
me desencorajo,
 mas quando olho para Cristo estou completo." 

Steven Lawson

O soldado Ivan

O texto de hoje é uma resenha de uma das maiores obras da literatura cristã: "Ivan, o soldado cristão que enfrentou o terror policial soviético". O livro de título grande é uma obra antiga e bem difícil de encontrar nas livrarias hoje em dia. Eu, particularmente, sempre preferi livros que contam testemunhos reais de cristãos fiéis do que os de "auto-ajuda", como Max Lucado, por exemplo. Testemunhos de pessoas, sujeitas às mesmas paixões que nós, sempre fortalece e anima a nossa fé.

Ivan, escrito por Myrna Grant e publicado no Brasil pela Editora Betânia, conta a história verídica de um jovem soldado russo que se recusou a negar sua fé em Cristo e pagou com sangue por isso.


Ivan Moiseyev nasceu em 1952 na Moldávia, um país na Europa Oriental. Filho de pais batistas, nos dias em que ia pregar na sua Igreja local, as meninas se amontoavam até na janela da congregação para poder vê-lo; era muito rapaz muito bonito.

 Em 1970, em plena União Soviética, ele é chamado para cumprir o serviço militar no exército vermelho. Lá,  não se intimida com os ideais do comunismo ateu de seus superiores. Lê a Bíblia e prega a mensagem de salvação para seus companheiros de farda. Não demora, ele é chamado para explicar seu comportamento, apesar de ter sido um soldado exemplar.

 Seus superiores ordenam que Ivan pare de falar de Jesus para seus colegas e que negue sua fé. Mas, o jovem não cede. Os chamados na sala dos oficiais do exército vermelho se repetem com frequência, mas não têm resultados; Ivan afirma que não irá largar sua fé.

Enquanto isso, outros soldados estão se convertendo ao evangelho pela pregação dsoldado cristão. Milagres acontecem dentro dos alojamentos e claro, os comandantes ficam sabendo. Ao se recusar a deixar o cristianismo, Ivan recebe castigos, é preso e torturado, mas a mão poderosa de Deus o livra de todo o mal que lhe fazem:

“O primeiro contato com o ar frio foi como um tapa no rosto que lhe provocou dor de cabeça que fez os seus olhos lacrimejarem. Ele se retraiu instintivamente para fugir ao vento gelado que lhe ardia as orelhas. Sabia muito bem que as janelas dos alojamentos às escuras estariam cheias de cabeças que o espiavam. A luz da rua iluminava a ruela e os bancos de neve contra a silhueta dos prédios. Entesou os músculos, como que tentando resistir às lufadas geladas. Olhou o relógio. Passava um minuto das dez horas.
Teria tempo de sobra para orar. Começou hesitantemente, sentindo nascer em seu coração um leve temor, que logo procurou afastar. Quanto tempo poderia suportar? E se ele sentisse tanto frio que acabasse cedendo? E se morresse congelado? Será que o deixariam ali até morrer? Tentou concentrar-se na oração, mas o pânico comprimia seu peito. Quanto tempo levaria para morrer congelado? Seria uma morte rápida? E se de manhã ele estivesse quase congelado e eles o reavivassem? Ouvia dizer que a dor causada pelo congelamento dos membros era terrível. E se tivessem de amputá-los? Tinha de desviar o pensamento destas coisas. Começou a cantar: “O gozo do Senhor é a sua força; o gozo do Senhor é a sua força”.
De repente a gloriosa visão que tivera pela manhã voltou-lhe à lembrança. Olhou para o lago distante dali, mas perfeitamente visível ao luar. Parecia que a luz angelical permanecia lá.
‘Não tema. Vai. Eu vou com você’, dissera o anjo.
Ele se referia ao aconteceria à noite. Sentiu novamente o mesmo calor que experimentara naquele momento. Abriu os lábios e começou a orar baixinho, mas fervorosamente.
Eram 24:30h quando sua atenção foi atraída por passadas que rangiam sobre a neve. Abrigados em sobretudos, três oficiais caminhavam vagarosamente em sua direção, vindos do alojamento.
Suas vozes eram ásperas, e quase perdidas em meio ao assovio do vento.
- Muito bem. Moiseyev, já reconsiderou a sua posição? Quer entrar? Cansou-se de ficar aqui fora?
Apesar da semi-escuridão, o rapaz pôde perceber que eles o fitavam ligeiramente apreensivos. Será que ele não estava sentindo frio?
- Obrigado camaradas oficiais. Eu gostaria muito de entrar e ir dormir, mas não concordo em parar de falar a respeito de Deus.
- Quer dizer que vai ficar aqui a noite toda? O rosto dele exibia uma expressão de medo.
- Preferiria não ficar. Mas não vejo como isso seria possível, de outro modo. Além disso, Deus está me ajudando.
De pé em posição de sentido, Ivan esfregava as mãos com a ponta dos dedos. Sua voz tremia pela emoção. As mãos estavam frias, mas não mais frias de quando se trocara, no alojamento. Tentou exercitar também os dedos dos pés. Moveram-se facilmente, sem nenhuma dificuldade. Foi então que um grande espanto começou a nascer dentro dele. Olhou para os oficiais com grande comoção interior – apesar dos pesados capotes, eles estavam enregelados. Batiam os pés e as mãos, movendo-se constantemente, impacientes para retomarem aos dormitórios aquecidos. Daí a uma hora ele mudaria de ideia, ouviu o oficial mais graduado murmurar enquanto se afastavam. Ivan não pôde deixar de sorrir.
Pouco depois, a sensação de alívio o abandonou, sendo seguida por um sentimento de quebrantamento. Ele não era melhor que nenhum dos outros rapazes de sua igreja. Seus pais haviam sofrido muito no passado. Sabia de pastores que haviam sofrido muito no passado. Sabia de pastores que haviam sido interrogados, presos e enviados a campos de concentração. Entretanto, ele fora várias vezes alcançado pelo poder libertador de Deus. Havia algo dentro de si que desejava repelir aquele privilégio. Não queria receber um tratamento especial do Senhor, não merecia milagres nem mistérios. Ele deveria mesmo estar congelado. Não; ele não era bom. Lágrimas ardentes vieram-lhe aos olhos.
Às 3:00 da madrugada, começou a cochilar. Suas confissões de arrependimento haviam se encerrado. A intercessão por todos os crentes fora repetida várias vezes. Cantara os cânticos natalinos. Orara por todos os oficias que conhecia de vista ou de nome. Clamara a Deus em favor dos soldados de sua companhia. Mas, gradualmente, o seu pensamento ia se esvaindo. Lutou para continuar em oração, mas não conseguia.
De súbito, uma voz despertou-o. O oficial em serviço falava-lhe com brandura.
- Está bem, Moiseyev. Pode entrar agora.
A lua se escondera, o vento cessara. Na densa escuridão reinante, Ivan apertou os olhos tentando divisar o rosto do outro. De pé, ao lado do rapaz, ele pareceu hesitar antes de dizer qualquer coisa. A luz mortiça que provinha do alojamento bateu nas insígnias douradas do quepe. O tom com que lhe falou era carregado de sentimento.
- Afinal que tipo de pessoa é você?
- Senhor?
- Que tipo de pessoa é você que parece não ser afetado pelo frio?
- Ah, camarada; sou uma pessoa comum, mas orei a Deus e ele me aqueceu, respondeu-lhe Ivan suavemente.
Tocando o braço do soldado para que o seguisse, o oficial virou-se, e caminhando lentamente, dirigiu-se ao alojamento.
- Fale-me sobre este Deus, disse.
*******
O major Gidenko estava grandemente perturbado. O relatório que deveria enviar ao coronel Malsin acerca de Ivan Moiseyev era um desafio à razão. Ele sofrera a punição de ficar ao relento, em temperatura inferior a zero grau, durante doze noites seguidas, usando fardamento leve. Era impossível que não estivesse congelando e clamando por misericórdia. Na noite anterior, ele próprio fora vê-lo. É verdade que o seu rosto mostrava-se arroxeado, e ele parecia tonto de sono. A neve fina, soprada pelo vento, apegava-se ao seu cabelo e roupas, fazendo com que se assemelhasse tetricamente a uma estátua. Mas, após quatro horas de exposição ao frio, ele se mantinha tranqüilo, e em melhores condições físicas do que ele, Gidenko, após cinco minutos. Seria possível aquele rapaz suportar aquela temperatura baixa sem senti-la? Era o que parecia. Havia duas semanas que Moiseyev aguentava aquilo. Há muitos anos, o major não se sentia tão perturbado. Até mesmo o seu sono estava sendo prejudicado. A folha do relatório enviada ao coronel Malsin e ao Polit-ruk tinha que ser preenchida. Mas fazia-se claro que o tratamento por punição não estava surtindo os efeitos esperados. Todo o quartel já comentava o caso de Moiseyev. Ele teria de determinar o cessamento daquela vigília pública.”

Em 16 de julho de 1972, Ivan Moiseyev, com 20 anos, é torturado até a morte pelos seus superiores militares e se torna um mártir da Igreja moderna, assinando com sangue seu amor por Jesus. O corpo é entregue aos pais com a justificação do óbito: asfixia por afogamento. Mas, a autópsia exigida pelos pais, revela a verdade; a morte foi causada por uma série de violências. 

A mãe de Ivan, quando viu seu corpo não o reconheceu, mal pode acreditar que era seu filho de tão desfigurado que estava. O rosto estava cheio de marcas de botas, a boca quebrada e as têmporas cheias de hematomas. 

Um dia antes de morrer, em 15 de julho de 1972, Ivan escreveu para seu irmão: 

"Querido irmão, recebi sua carta e demorei responder, porque houve uma grande tormenta. Quando Sergei (amigo de farda de Ivan e também cristão) chegou, ele também sofreu, e seus livros e até postais forma confiscados. Não conte nada a papai e mamãe. Diga apenas: Ivan escreveu, e disse que Jesus vai partir para a peleja. Esta luta é de Cristo, e Ivan não sabe se voltará dela com vida. Desejo a todos os amigos, jovens e velhos, que se lembrem deste verso de Apocalipse 2.10: 'Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida'. Receba esta última carta, na terra, do menor dos irmãos, Ivan Moiseyev".



In Blog  "Prosa Antiga"  de Cassia de Oliveira

terça-feira, 28 de novembro de 2017

IRA



Todos os dias eu tento
não deixar o sol morrer sobre minha ira.

Mas a noite nasce e perdão não aparece.
Eu e a ira dormimos.

Outro dia, outra ira.
— Pai, dai-me um novo coração!

sábado, 18 de março de 2017

Enigmas Bíblicos II


Devido aos muitos pedidos, uma nova seleção de enigmas bíblicos.
1-Pai & Filho: O pai não morreu e o filho foi o que mais viveu.
2 – A porta beijou, mas nela não entrou.
3 – Sou a avó da morte e mãe do pecado. Quem sou?
4 – Deus prometeu – Não Acreditei – Mudo fiquei.
5 – Rico ficou, quando por amigos orou.
6 – Para um cabelo pentear, uma balança Deus me mandou usar.
7 – Quando Deus virou pedreiro?
8 – Dois nasceram e não morreram. Dois morreram e não nasceram.
9 – Meu pai é meu marido. Meu filho é meu irmão. Meu irmão é meu sobrinho.
10 – Se vivo matei, morto matei mais ainda.
11 – Careca eu sou e o Senhor me vingou.
12 – Porta de Vidro, chave de pano. Dois passou, um só voltou.
13 – Com a casa desordenada e a vida mais curta. Orei e chorei, 15 anos ganhei.
14 – Com nomes iguais. Um criou o criador. O outro fugiu e foi vencedor.
15 – Falavam de mim e não sabiam quem eu era. Contavam o que aconteceu e não sabiam que era eu.
16 – De cinco, só eu fui separada. Quem me escolheu virou rei. E morreu quem me recebeu.
17 - Recebeu de Deus uma benção, da qual se desfez. Recebeu do homem salário e a benção de volta, para dela não mais se desfazer.
18 - Com 4 sílabas eu escrevo; com 4 letras eu entendo. Ação que não me leva ao sacrifício, mas à perfeita vontade de Deus. Quem sou eu.
19 – Primeiro subir; depois descer. Com alguns vou dividir, para outros devolver.
20 – Acima de todos, abaixo de um. Barro por criação e água por formação.


Respostas:
1 - Enoque e Matusalém
2 – Judas
3 – Concupiscência
4 – Zacarias, pai de João Batista
5 – Jó
6 – Profeta Ezequiel
7 – Quando usou um prumo
8 – Enoque e Elias. Adão e Eva.
9 – Filha de Ló.
10 – Sansão
11 – Eliseu
12 – Elias e Eliseu na passagem do rio Jordão
13 – Ezequias
14 – José
15 – Jesus, com os discípulos no caminho para Emaús.
16 – A pedrinha que Davi usou para matar Golias
17 – Joquebede, a mãe de Moisés.
18 – Obedecer
19 – Zaqueu
20 – Homem.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Enigmas Bíblicos



Na minha mocidade, os professores da Escola Bíblica Dominical, utilizavam durante as aulas um teste chamado de charadas bíblicas, termo já em desuso na língua portuguesa que também pode ser chamado de enigmas bíblicos. As perguntas com cunho teológico, para testar os conhecimentos bíblicos dos alunos eram feitas num domingo e tínhamos a semana inteira para pensar e achar a resposta. No outro domingo, respondíamos uma e ele já fazia outra. Quem acertava, ganhava um brinde, geralmente um livro, uma caixinha de promessa ou um chaveiro com dizeres da Bíblia.
Lembrei-me de algumas daquelas charadas e resolvi publicá-las para testar a nova geração de crentes:

1 – Quando o caminho cansou, o pão teve fome e a água teve sede?
2 – A chave é de madeira, a porta é de água. A caça passou e o caçador ficou. O que é?
3 – Quem não teve mãe, pai, irmãos, cunhados e sogros?
4 – Um nasceu e não morreu e outro morreu e não nasceu!
5—Comigo 1 só. De mim vieram 7 e 7 se foram. Vieram 3 e 3 se foram. Para mim vieram 3 e 3 ficaram 7 dias e 7 noites. De mim vieram 10 e 10 ficaram pelo resto dos meus dias. Quem sou eu?
6—Quando foi que os moabitas ficaram sem ar?
7 – Qual a mulher que criou asa?
8—Não era cega, era muda, Não era mudo, era cego. O cego bateu na muda. A muda falou e o cego enxergou. Quem são?
9 – Qual animal na Bíblia não nasceu, viveu, comeu e não morreu?
10 – Quando a morte deu vida ao morto?

Respostas

1 – Jesus quando chegou no poço de Jacó e encontrou a Samaritana.
2 – Travessia do mar Vermelho
3 – Adão
4 – Enoque e Adão
5 – Jó
6 – Quando a cidade de AR foi tomada
7 – A mãe de Asa, rei de israel
8  - A mula e Balaão
9 – A serpente em que se transformou a vara de Moisés, diante do Faraó.
10 – Os ossos de Eliseu ressuscitaram um morto.


Deixei de mencionar as referências bíblicas, para que possam pesquisar, como eu pesquisava...........
-Continua em Enigmas Bíblicos II.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

C. H. Spurgeon - Um caráter Forjado!



"Eu preferiria descender de alguém que sofreu pela fé a trazer o sangue de todos os imperadores em minhas veias." Spurgeon estava se referindo ao fato de que, apesar de haver uma linhagem de valentes escandinavos em seu sangue, o principal fator da sua herança era que alguns dos antigos Spurgeon estavam entre os protestantes do século dezessete que fugiram das perseguições movidas pelos católicos romanos para encontrar refúgio na Inglaterra.

Um seu ancestral, Job Spurgeon, "teve que sofrer no bolso e em sua pessoa pelo testemunho de uma boa consciência". Job, com outros três homens, foi aprisionado por comparecer a uma reunião não conformista - uma reunião de pessoas que se recusavam a conformar-se com  às doutrinas e práticas da Igreja da Inglaterra. Eles sofreram no cárcere durante um inverno que foi "notável pelos extremos a que o frio chegou"; os três dormiam sobre palha. Job Spurgeon ficou tão fraco que não podia deitar-se, e ficava o tempo todo na posição ereta.

Charles declarou: "Lanço meu olhar para o passado, através de quatro gerações, e vejo que aprouve a Deus ouvir as orações do pai do meu avô, que costumava suplicar a Deus que seus filhos vivessem diante dEle até a última geração; e foi do agrado de Deus levar um após outro a amá-1o e a temer o Seu nome".

A experiência pregressa da qual Charles Spurgeon veio era, pois, de tal natureza que, resistir por princípio, custasse o que custasse, era proeminente.

Ele nasceu no dia 19 de junho de 1834 na cidade de Kelvedon, no condado de Essex. Mas, na idade de catorze meses, foi levado para a casa dos seus avós paternos, na remota vila de Stambourne, e ali passou os cinco anos subseqüentes. Sua mãe só tinha dezenove anos de idade quando ele nasceu, e a chegada de outro bebê dentro do ano seguinte foi, provavelmente, o motivo da mudança.
Seu avô, o Reverendo James Spurgeon, era o ministro da Igreja Congregacional (Independente) de Stambourne, posição que vinha ocupando durante vinte e cinco anos. Graduado pelo Hoxton College, de Londres, tinha profundo conhecimento das Escrituras e dos escritos dos puritanos. Sua voz era forte, mas excepcionalmente agradável e largamente expressiva, e sua pregação era zelosa e vigorosa. Em seu trabalho no púlpito e em suas conversas privadas, freqüentemente se insinuava uma nota de humor. Para uma igreja de aldeia, sua congregação era numerosa, e a declaração feita por um seu ouvinte, "Eu poderia subir com asas como de águias depois de ser alimentado com tão celestial alimento", era sem dúvida o que muitos sentiam quando o sermão terminava. Ele era amado por seu rebanho e também pelos que pertenciam à Igreja da Inglaterra em Stambourne, e ele não sentia o menor desejo de se mudar para uma localidade maior.

A avó. Sara, era uma digna companheira do seu marido. O lar deles era alegre e livre de contendas. A única declaração sobre Sara que chegou até nós é que "Ela era uma alma querida, bondosa e amável".
A filha mais nova de James e de Sara e tia de Charles, Ana de dezoito anos de idade, ainda morava com seus pais. Foi-lhe prazeroso ter em casa o pequeno Charles, e ele se tornou objeto do seu especial amor e carinho. Ela o atendia em suas necessidades de bebê, ajudou-o quando ele começou a aprender a andar e a falar e, visto que era brincalhona, divertia-se muito com o seu jovem encargo à medida que ele crescia. Ela era também uma cristã zelosa, e procurava promover o bem-estar espiritual do menino, por sua vida devota e por seu exemplo diário.
A casa em que Spurgeon morava era uma grande residência paroquial, originariamente construída como mansão para a nobreza. Tinha quase duzentos anos de existência, e, embora as suas paredes fora de prumo e os assoalhos inclinados revelassem sua idade, ainda era uma casa confortável.

A porta da frente dava para uma ampla sala, tendo na parede uma enorme lareira encimada por um grande quadro de Davi e Golias. Havia ali também um cavalo de brinquedo, de balanço - "O único cavalo", dizia Charles quando adulto, "que eu gostei de montar". Uma escada em caracol levava aos quartos, no andar de cima. O menino tinha um quarto agradável, com uma velha cama de pés altos e cortina de chita presa nos quatro pés. Ele podia deitar-se e ouvir os pássaros nos beirais.

Havia um jardim bem conservado no fundo e ao lado da casa. O jardim tinha abundantes flores e frutas, e era guarnecido por um caminho gramado e sombreado, e ali o avô de Charles muitas vezes ia meditar quando se preparava para as lides do dia do Senhor. Nos últimos tempos, Charles demonstrou que gostava muito de jardins, e fazia muito uso de ilustrações tiradas da vida vegetal.

Contígua à casa erguia-se a capela. No verdadeiro estilo puritano, era inteiramente destituída de ornamentos, mas tinha um alto compartimento para o púlpito, sobre o qual pendia uma pesada caixa de ressonância. Isso fazia o jovem Charles lembrar-se, quando estava sentado na igreja, com seu boneco de molas, e ele ficava imaginando a caixa soltando-se e caindo na cabeça do seu avô.

A capela tinha ainda uma característica singular - duas grandes portas exteriores numa parede ao lado do púlpito. Se chegasse uma carruagem com uma pessoa enferma, aquelas portas podiam ser abertas e a carruagem - retirados os cavalos - podia ser empurrada através delas, permitindo assim ao inválido um lugar confortável para ouvir (a pregação). Hoje existem serviços de auditório externo e de cadeiras de rodas, mas na capela de Stambourne havia uma combinação dos dois serviços há um século e meio.

O pequeno Charles teve o privilégio de passar muito tempo com seu avô. James Spurgeon era uma pessoa inteiramente despretensiosa, e, apesar de estar com quase sessenta anos de idade, havia muito de jovem nele. Pode ter sido por essa razão que ele se apegou tanto ao menino, ou pode ser que ele já reconhecesse as suas qualidades incomuns e quisesse orientá-las. Mesmo quando os paroquianos pediam a seu pastor que os aconselhasse e orasse com eles em seus problemas, muitas vezes ele mantinha o rapazinho a seu lado, e quando se reunia com um grupo de ministros para discutirem questões teológicas, o menino ficava ali, ouvindo atentamente e fazendo o melhor que podia para entender, Dessa forma, a introdução de Charles na consideração das questões teológicas começou muito cedo.

A vida no lar de Spurgeon foi edificada ao redor das Escrituras. Ele não somente lia a Bíblia, mas também cria com inquestionável certeza em sua inerrância. As orações eram feitas com a plena percepção de que Deus as ouvia e respondia de acordo com a Sua soberana vontade. Os padrões da Bíblia eram aceitos alegremente, e a desonestidade, ou a malícia ou qualquer coisa do gênero eram inteiramente desconhecidos. Vivia-se com seriedade, mas a vida também era assinalada por bom humor e felicidade, e "a piedade com contenta mento (que) é grande ganho", caracterizava tanto o trabalho como o lazer para os Spurgeon, velhos e jovens.

Charles ainda era criança quando tomou ciência dos livros.

Um dos quartos da casa paroquial levava a uma saleta escura - escura porque a janela tinha sido rebocada por causa do vil "imposto sobre as janelas", mas nessa saleta havia uma biblioteca puritana, e provavelmente Charles não tinha mais de três anos de idade quando começou a levar livros para a claridade e a observar as ilustrações. Somos informados de que, "Quando ainda era uma simples criança, antes de seus lábios terem proferido uma só palavra articulada, ele ficava sentado pacientemente durante horas, divertindo-se com um livro de figuras.

Foi durante aqueles primeiríssimos tempos que ele topou com as ilustrações do livro de Bunyan, Pilgrim's Progress (O Peregrino). "Quando eu vi nele, pela primeira vez, a gravura do cristão carregando o fardo nas costas, interessei-me tanto pelo pobre sujeito que achei que devia pular de alegria quando, depois de o ter carregado por tanto tempo, finalmente ficou livre dele". Também ficou familiarizado com outros personagens de Bunyan - o Flexível, o Fiel e o Tagarela, por exemplo - e aprendeu as suas principais características.

Ele aproveitou muita coisa do livro de Foxe, Book of Martyrs (O Livro dos Mártires). Ele se sentava e ficava contemplando as suas figuras, que representavam a queima de diversos protestantes durante o reinado da rainha Maria, a Sanguinária, e os sofrimentos que aqueles homens padeceram causaram duradoura impressão nele.

Mas Charles fez mais do que meramente olhar figuras. Ele era ainda muito novo quando aprendeu a ler. Sua tia Ana o ensinou em casa, diz ele, e acrescenta que também freqüentou "uma escola para muito jovens", dirigida pela "velha senhora Burleigh". Aliás, vemo-lo, quando tinha apenas cinco ou seis anos de idade, lendo privadamente e também em público, durante o culto doméstico. Alguém que se diz "contemporâneo" escreve: "Mesmo aos seis anos de idade, quando algumas crianças não vão além da capacidade de soletrar palavras de uma só sílaba, ele podia ler com pontuação e ênfase realmente maravilhosas numa criança tão jovem".

Durante aqueles primeiros tempos, Charles também aprendeu muito sobre a vida em geral. Em anos posteriores ele criou um personagem chamado "John Ploughman" (João, o Lavrador). Com essa pessoa imaginária ele narrou numerosos contos, cada um com uma aguda lição moral. “ João Lavrador," tinha como modelos tanto o seu avô como também Will Richardson, um fazendeiro que ele conheceu durante o tempo que viveu em Stambourne.

Quando ainda menino, Charles revelou forte coragem moral. Por exemplo, sabedor de que seu avô se afligira com a conduta de um dos membros da sua igreja que tinha começado a freqüentar uma taverna, ele marchou ousadamente até aquele local e o confrontou. O homem, Thomas Roads, disse sobre o evento:

Pensar em um homem idoso como eu ser chamado às falas... por um pedaço de gente como esse! Bem, ele simplesmente apontou o dedo para mim, e disse: "Que fazes aqui, Elias?, sentado junto com os ímpios; e o senhor, membro da igreja, e partindo o coração do seu pastor. Tenho vergonha do senhor! Eu não gostaria de partir o coração do meu pastor, disso estou seguro". E foi embora...

Eu sabia que ele tinha toda a razão, e que eu era culpado; então joguei fora meu cachimbo, não toquei na minha cerveja, mas corri para um canto isolado e me prostrei diante do Senhor, confessando o meu pecado e pedindo perdão.

A restauração de Thomas Roads foi comprovadamente real e duradoura, e ele veio a ser um zeloso cooperador na obra do Senhor. Com tão precoce idade, Charles manifestou o senso de justiça e a resistência contra o que considerava errado que o caracterizaram através de toda a sua vida posterior.

Depois de cinco anos em Stambourne, Charles foi levado de volta a seus pais. Ele tinha passado uma excelente meninice com os seus avós, e voltaria a visitá-los durante diversos verões próximos futuros.

Os pais de Charles, John e Eliza Spurgeon, agora se haviam mudado para Colchester, onde John foi trabalhar como secretário no escritório de uma empresa que comerciava carvão.

Também era pastor de uma igreja congregacional em Tollesbury, uma vila situada a umas nove milhas de distância, e ele fazia a viagem todos os domingos a cavalo e de carruagem. Os dois deveres o mantinham muito ocupado e lhe tomavam o tempo que ele gostaria de passar na companhia de sua mulher e de seus filhos. Ele era um bom pregador e tinha uma voz excepcionalmente forte, mas não tinha no púlpito o poder que seu pai tinha.

Havia agora outras três crianças em casa: um menino, James Archer Spurgeon (quase três anos mais novo que Charles) e duas irmãs mais novas ainda, Eliza e Emily.

Logo, logo Charles tornou-se o líder deles. Não só por ser o mais velho, mas também porque ele possuía fortes qualidades de liderança. Por exemplo, certa ocasião seu pai o viu liderar as outras crianças quando brincavam de igreja. Ele estava de pé em cima de um monte de feno, fingindo pregar, e os outros estavam sentados em feixes de feno em frente dele, ouvindo o seu sermão. Outra vez os dois irmãos, Charles e James Archer, estavam brincando com navios de brinquedo num regato. Charles tinha dado ao seu navio o nome de The Thunderer (O Tonitruante), título que tinha escolhido, disse ele, porque queria um que parecesse corajoso e vitorioso.

Naquele tempo não havia nenhum sistema de educação gratuita, e grande número de crianças permanecia analfabeta. As escolas funcionavam como atividade pessoal, e assim os pais pagavam para terem os seus filhos atendidos.

John Spurgeon queria que os seus meninos tivessem a melhor educação que ele pudesse pagar, e Charles foi colocado sob instrução assim que veio para Colchester. Foi numa escola pequena dirigida por uma tal Sra. Cook, e ele demonstrou que era um excelente estudante. Além disso, com o passar dos meses, ficou evidente que ele tinha muito mais desejo de aprender do que de jogar ou brincar, e seu pai declarou:

'Charles era uma criança, um menino, saudável, com boa constituição, tinha disposição afetuosa e era muito estudioso. Estava sempre lendo livros - nunca mexendo no jardim ou alimentando pombas, como os outros meninos faziam. Eram sempre livros e livros. Se sua mãe queria dar uma vota com ele, saberia que ia encontrá-lo em meu gabinete, esparramado sobre um livro. Claro está que ele era inteligente, e inteligente em muitos ramos dos estudos. Ele aprendeu a desenhar muito bem.'

Contudo, apesar do interesse dos pais pelo progresso acadêmico dos seus filhos, eles estavam muito mais preocupados com o seu bem-estar espiritual.

Visto que o pai estava sempre muito ocupado, a tarefa de criar a família caía em grande parte sobre a mãe. Ela era uma mulher excepcionalmente devota e graciosa, e seu filho James declarou: "Ela foi o ponto de partida de toda a grandeza e bondade que qualquer de nós, pela graça de Deus, acaso tem". Charles a rememora com profunda afeição e gratidão, e fala da leitura das Escrituras que ela fazia para as suas crianças e do seu empenho em que elas se preocupassem com suas almas. "Não me é possível dizer quanto devo às sérias palavras de minha boa mãe...", ele escreveu. "Lembro-me de uma ocasião em que ela orou assim: "Agora, Senhor, se meus filhos forem adiante em seus pecados, não será por ignorância que eles perecerão, e minha alma terá que dar pronto testemunho contra eles no dia do juízo, se eles não se apegarem a Cristo". Pensar em minha mãe dando pronto testemunho contra mim feriu minha consciência. ...Como posso esquecer-me de quando ela dobrava seus joelhos e, com seus braços em torno do meu pescoço, orava: "Oh, que meu filho viva em Tua presença!"

A. Dallimore

terça-feira, 23 de abril de 2013

Carta de uma criança

Ana Maria, professora do ensino fundamental, pediu aos seus alunos que fizessem uma redação sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. Ao fim da tarde, quando corrigia as redações, leu uma que a deixou muito emocionada. 
O marido, que, nesse momento acabava de entrar, viu-a  chorando e perguntou-lhe: 
- "O que é que aconteceu?" Ela respondeu: 
- "Leia isto." Era a redação de um aluno. 
- "Senhor, esta noite peço algo especial: 
- Transforma-me na televisão. 
- Quero ocupar o lugar dela. Viver como a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família comigo... 
- Ser levado a sério quando falo... 
- Quero ter as atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. 
- Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. 
- Ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha, cansada ou aborrecida. E ainda que os meus irmãos discutam para ver quem fica comigo. 
-Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos. 
- Senhor, não te peço muito... só quero viver o que vive qualquer televisão" 
Naquele momento, o marido de Ana Maria pesaroso disse: 
- "Meu Deus, coitado desse menino! Que pais..."! 
E ela olhou-o tristemente e respondeu: 
- "Esta redação é do nosso filho". - 
Da internet

terça-feira, 9 de abril de 2013

Aprender com Jesus a ganhar almas.


Evangelismo à moda de Jesus
Um comentário de João 4.1-42 para a evangelização

Por Regina Fernandes Sanches – professora da FATE-BH

Era quase meio dia, o sol estava forte e, como fazia todos os dias, ela desceu meio se esquivando àquele poço que era tão conhecido seu, o poço de Jacó. Carregava nos braços um cântaro, na esperança que voltasse cheio de água. Meio de longe observou alguém assentado na beira do poço, parecia cansado e com sede, perguntou-se como alguém poderia estar com sede na beira do poço?
Meio arisca e desconfiada aproximou-se do poço e do homem que a observava com um olhar sereno, como se penetrasse a sua alma. Ele iniciou a conversa e, sem se importar com o fato de ela ser mulher e samaritana, pediu-lhe água. Ela estranhou o comportamento daquele homem e, não agüentando a curiosidade perguntou-lhe se tinha certeza que deveria estar conversando com ela. Com olhos firmes ele fitou-a e respondeu a pergunta dos seus olhos e não a da sua boca, dizendo que poderia saciar a verdadeira sede que ela sentia, que estava além das possibilidades do famoso poço de Jacó, e que esse era um presente de Deus para ela.
A mulher pediu a água especial que aquele homem ofereceu, afinal, ela não queria mais sentir sede, não queira mais voltar àquele poço. Mas, para resolver a sede era preciso que ela, não ele, soubesse o quanto sua necessidade era profunda, portanto o quanto aquela água lhe seria importante.
Ele calmamente mexeu com a vida afetiva daquela mulher, afinal, ela era um ser humano e precisava ser alcançada por completo. Disse ele: Vá busque seu marido! – Prontamente ela respondeu que não tinha marido e, sem perceber, começou a abrir seu coração para aquele que já não era um judeu estranho – era um profeta! Somente poderia ser um profeta! Conhecia a sua vida.
Ele continuou ouvindo-a e ela continuou falando, já sem muitas reservas. Que maravilha, alguém ouvindo-a. Será que ele estava interessado em suas crenças religiosas também, resolveu testar o quanto aquele homem judeu e agora profeta estava realmente interessado em seus dilemas, então perguntou: Onde devemos adorar? - Ah, sim, isso mexeria com qualquer judeu e responderiam até com indignação que somente suas concepções religiosas estariam certas. Mas aquele homem continuou sereno e disse a ela que estavam entrando num novo tempo, numa nova adoração, a adoração dos filhos de Deus. Ela lembrou algo, ou melhor, alguém, o Messias, aquele homem-judeu-profeta, lhe fez lembrar o Messias. E então a água da vida se fez derramar sobre aquela mulher.
E o evangelho de Jesus Cristo foi sendo construído nela, na beira do poço, olhos nos olhos, em meio ao diálogo, onde ela pôde ser ela mesma, expor sua vida, suas concepções, suas dúvidas e, de forma serena, ouvir as verdades de Deus a partir de sua própria realidade de vida.
É assim que devemos evangelizar, como Jesus fez com a mulher samaritana, ao meio dia, na beira do poço, quando mesmo cansados e com sede anunciamos com serenidade nos olhos, e com respeito ao outro, as verdades de Deus.

In Blog da Missionária Sara Pavesi - Joinvile/SC
http://missionariasarapavesi.blogspot.com.br/2012/10/direto-do-coracao-religiao-ou.html




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Televisão é meu Pastor.



Em tempos de Big Brother.....

Leia atentamente o Salmo 23, o salmo do bom pastor, e considere esta paráfrase do outro lado do Salmo 23, dentro de um contexto da televisão:
1. O televisor é o meu pastor e tudo me faltará.
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Me faltará tempopara ler a Bíblia e para orar; para brincar com meus filhos e ler para eles; para conversar com a minha família; para ter comunhão com meus irmãos e amigos.
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Me faltará esperançaporque os noticiários me encherão de medo do futuro.
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Me faltará amorporque a violência do meu semelhante vai me incentivar a odiá-lo.
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Me faltará porque a minha mente estará alimentada por sentimentos de derrota, e os meus pensamentos estarão alimentados pelas circunstâncias.
2. Ele me induz a deitar-me sobre a poltrona da acomodação.
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E eu fico preso, horas por dia, aos seus ensinamentos amaldiçoados.
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Quando volto do trabalho, prefiro estar com ele a estar com a minha família, a visitar alguém, a ler ou a conversar.
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Acho difícil me concentrar em reuniões da Igreja (são muito demoradas e maçantes), enquanto que diante da TV não vejo o tempo passar.
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Enquanto o mundoacontecediante dos meus olhos, meu tempo de servir a Deus se escoa pelos esgotos imundos.
3. Ele me leva a beber águas poluídas e contaminadas.
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Medito o dia inteiro no que vejo na TVna injustiça, na pornografia, na violência, na corrupção, na crueldade.
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Vivo entorpecido pelo engano do diabo, pelo pecado, pelo mundanismo e pela minha própria carnalidade.
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Quando não tenho tempo de estar com o meu televisor, sinto saudades dele.
4. Minhalma vive em tormento.
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Não consigo viver por no que Deus promete, se o quevejoé tão contrário ao que a Palavra de Deus me diz.
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Passo meus dias preocupadocom o futuro, com o dinheiro, com o suprimento.
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Nem durmo bem à noite, nas poucas horas que o televisor me autoriza a dormir!
5. Guia-me pelos caminhos do pecado.
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Ele apaga da minha mente o sentido da palavra santidade.
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A porta larga é o caminho que estou escolhendo seguir porque acho o caminho estreito de Jesus algo ridículo (e intangível).
6. Ainda que eu visite a Igreja ou leia a Bíblia de vez em quando, mesmo assim, vivo cheio de medo.
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Tenho medo de perder a saúde, o emprego, o dinheiro, a família.
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Tenho medo de ser diminuído, desconsiderado, humilhado, criticado.
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Tenho medo do dia de amanhã.
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Tenho medo da vida; tenho medo da morte.
7. Porque não consigo desligar o meu televisor...
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Todo primeiro dia do ano, prometo, a mim mesmo, que vou começar uma vida novacom mais compromisso e responsabilidade pelo encargo de Deus.
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Meu televisor não me permite cumprir as minhas promessas.

8. ...o seu domínio me atormenta.
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Se agendo um compromisso, quandoconversocom meu televisor, ele me convence a esquecê-lo, em favor de uma de suas programações convincentes.
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Invento qualquer desculpa para não perder nenhum capítulo dos seus seriadospicantes.
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Novelas me atraem, filmes me atraem, programas de humor me atraem, noticiários me atraem, programas de auditório me atraem.
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E essa atração me domina completamente.
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Estou praticando a mentira!
9. Quando me defronto com os meus inimigos, sinto-me impotentee fujo deles correndo!
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Não prego o Evangelho para ninguém, porque sinto vergonha de falar de algo tãofora da realidadecomo a Palavra de Deus.
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Não sou capaz de orar por um enfermo. Afinal, se ele não for curadocomo ficará a minha reputação? Mesmo porque, também não acredito que possa sê-lo!
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Se vejo alguém com problemas, eu me calo. Afinal, não consigo vencer nem as minhas próprias lutas...; o que poderia falar a outros?
10. A unção de Deus me falta.
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Se vou orar, não tenho assunto com Deus.
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Tenho facilidade para reclamar e não encontro motivos para louvar a Deus.
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Se passo por dificuldades, vejo milhões de gigantes, e me escondo de Deus.
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Eu poderia chorar diante de Deus, mas me faltam lágrimas.
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Não posso ajudar a ninguém, visto que também preciso sempre de ajuda.
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Eu moro em um deserto e estou completamente seco.
11. Imoralidade, violência e vaidade certamente me seguirão todos os dias da minha vida...
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Não sei o que posso fazer para mudar o curso da minha vida.
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Desligar o meu televisor não possonão conseguiria viver sem diversão e entretenimento.
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Sinto que o meu futuro será como o presente: cheio de desânimo, incredulidade, resistências espirituais, maldições não quebradas e derrotas.
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Minhamesaestará farta de comida podrerecheada de fezes!
12. ...e perderei o Reino do Senhor, padecendo horrores na tribulação longe da Casa do Senhor.
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Não tenho motivação para fazer nada que corte a entrada do mundo, do pecado e dos conselhos de Satanás em minha casa.
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Meu futuro está garantido longo do Reino. Mas isso não importa..., afinal, estou salvo. Não acho que o galardão seja tão importante assim...
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Devo confessar essa palavra, crendo que sucederá: - O Reino virá, mas eu não farei parte dele, porque Deus disse que ele é para os crentes vencedores e eu sou um derrotado!
Oração de combate:Senhor! Abre os olhos espirituais dos teus filhos, para que fechem a torneira da enxurrada do mundo em sua menteligada diretamente à fonte do propósito de Satanás: matar, roubar e destruir a comunhão, a adoração, a posição e a manifestação daqueles que têm sido chamados segundo o teu propósito!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Um Poema de Gióia Junior


PARA QUANDO ESTIVERES NA CASA DE ORAÇÃO



Fecha agora os lábios teus
Para os vários interesses
Nesta casa habita Deus,
Principia tuas preces...

Haja um silêncio profundo,
Nova luz fulgura aqui...
Fecha os olhos para o mundo,
Vê que Deus reside em ti...

São preciosos os momentos
Nesse lar de paz e amor...
Doma os torpes pensamentos
Que te afastam do Senhor.

Que solene majestade
Nesta casa de oração:
A clareza da verdade
E a verdade do perdão!

Ouve a voz de Deus, imensa,
Poderosa, fica em pé...
Abre os olhos – para a crença
E os ouvidos - para a fé!

Do passado esquece tudo,
Vive a santa devoção...
Se Deus fala – fica mudo,
Se Ele escuta – fala então!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A "Gospelização" está em alta!


    Pense num beco estreito e sombrio, com calçamento de paralelepípedo, cercado de galpões. Imagine-se entrando por uma das portas, de madrugada. Você avista jovens de jeans rasgado e camiseta preta, cabelo eriçado, bracelete, tatuagem e piercing. Com latinhas de energético à mão, eles dançam sorridentes e saltitantes. Casaizinhos em cantos escuros trocam carícias e beijos...


A descrição acima é de um encontro evangélico (evangélico?) que está se tornando cada vez mais comum, e com o apoio das lideranças, nesses tempos pós-modernos. Estou falando da “balada gospel”, diferente da balada original, mundana, visto que foi “gospelizada” pelos seus frequentadores, pertencentes à “geração gospel”.


Muitos cristãos (cristãos?) do nosso tempo têm usado o adjetivo “gospel” para “santificar” atitudes, posturas, comportamentos, condutas e eventos que outrora estavam relacionados a pessoas que não conhecem o Evangelho. Parte-se da premissa de que o crente tem liberdade para fazer o que quiser e se divertir do jeito que bem entender — mesmo que imite o mundo —, e ninguém tem nada a ver com isso.


“Não me diga que você é um daqueles protestantes retrógrados que ainda pensa que participar de festa junina é impróprio para o cristão. Deixa de ser legalista, meu chapa! Acorda, rapá!”, diria um famoso telepregador gospel. Isso mesmo: já existe o “arraiá gospel”, também conhecido como “festa jesuína”, inclusive em algumas pretensas Assembleias de Deus. O mesmo se aplica a baile e desfile de carnaval, música erotizante (que simula o ato sexual), esporte (esporte?) violento e sanguinário — cuja “bola” a ser chutada ou golpeada com a mão é a própria cabeça do “esportista” —, Halloween (conhecido como “Elohim”), “pegação”, etc.


Como se depreende da leitura deste artigo, “gospelizar” é, pretensamente, “tornar evangélico”. Uma vez “gospelizado”, o que outrora era considerado pecaminoso pode ser praticado livremente, sem peso de consciência. O lema dos crentes da “geração gospel” é: “Vamos curtir a vida. Afinal, Jesus não é careta”.


Os líderes e membros das igrejas “gospelizadas” se conformaram com o mundo. Seus cantores se inspiram em astros mundanos, como declarou, há algum tempo, o integrante de uma famosa banda gospel: “A gente ouve Bob Marley, mas só para se informar”. A tônica das mensagens “evangelísticas” pregadas nessas igrejas é: “Venha como está e fique como quiser”.


Empreguei o termo “gospelização” pela primeira vez em abril de 1994, em um texto que escrevi para o jornal Mensageiro da Paz. À época, escrevi: “Os que quiserem podem até pular carnaval, pois já existem blocos de ‘samba evangélico’. Para os apreciadores de bebidas fortes já existe a ‘cerveja gospel’, sem álcool, é claro. E não ficaremos surpresos se lançarem o ‘cigarro gospel’, sem nicotina”. Naquela época, esse texto soou como profético para os conservadores, e ácido demais para os liberais, em razão de o processo de “gospelização” ainda estar em seu início.


Não tenho conhecimento de que o “cigarro gospel” tenha sido inventado. Em compensação, hoje temos o  “carnaval gospel” , o  “arraiá gospel” , o  “dia das bruxas gospel” , as  “lutas de gladiadores gospel” , o  “barzinho gospel” , a  “balada gospel” , o  “funk pancadão gospel” ... Como diz um “meme” do Facebook (imagem acima), “Só está faltando o inferno gospel”.


Ciro Sanches Zibordi in [blog do Ciro]

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Richard Wurmbrand


Nos Anos 80 eu li um livrinho chamado Torturado por amor a Cristo. Este livro contribuiu em muito para aumentar minha fé e reconhecer que meus sofrimentos na minha vida cristã, são um grão de areia diante dos sofrimentos de homens como Richard Wurmbrand, o soldado Ivan e outros heróis da Fé. O blog Assembléianos Puritanos, que sigo publicou uma biografia de Richard Wurmbrand que compartilho com vocês:

Richard Wurmbrand(Março 24, 1909 – Fevereiro 17, 2001) era um Romeno evangélico Pastor e escritor. Ele foi o fundador da Organização Internacional Voz dos Mártires ou The Voice of the Martyrs.

Richard Wurmbrand, o caçula de quatro filhos, nasceu em 1909 em Bucareste, em uma família judaica. Ele viveu com sua família em Istambul por um curto tempo, seu pai morreu quando ele tinha 9 anos e os Wurmbrands voltaram à Romênia, quando ele tinha 15 anos. Quando adolescente, ele foi enviado para estudar o marxismo, em Moscou, mas retornou clandestinamente no ano seguinte. Perseguido pela Siguranţa Statului (polícia secreta), ele foi preso e mantido na prisão Doftana. 

Ao retornar à sua pátria, Wurmbrand, já era um importante agente do Comintern, líder e coordenador pago diretamente por Moscou. À semelhança de outros comunistas romenos, ele foi preso várias vezes, então condenado e liberado novamente. Casou-se com Sabina Oster em 26 de outubro de 1936. Wurmbrand e sua esposa se tornaram crentes em Jesus como Messias, em 1938, através do testemunho dos cristãos Wolfkes, um carpinteiro romeno Christian, que integrou a Missão Anglicana para os judeus. Wurmbrand foi ordenado por duas vezes - primeiro como um anglicano, em seguida, após a Segunda Guerra Mundial, como um pastor luterano.
Em 1944, quando a União Soviética ocupou a Roménia, o primeiro passo para estabelecer um regime comunista, Wurmbrand começou um ministério para os seus compatriotas romenos e aos soldados do Exército Vermelho. Quando o governo tentou controlar as igrejas, ele imediatamente começou um ministério "subterrâneo" para seu povo. Richard é lembrado por sua coragem em estar em uma reunião de líderes da igreja e denunciando o controle do governo das igrejas. Ele foi preso em 29 de fevereiro de 1948, enquanto caminhava para os cultos da igreja.
Wurmbrand enquanto preso foi açoitado, torturado e obrigado a ingerir drogas. Apesar de tudo ele resistiu e ficou firme. Passou dois anos na “cela da morte”, assim chamada por não ter voltado ninguém dali com vida até então.

Wurmbrand, que passou pelos Estabelecimentos Penais de Craiova, Gherla, o Danube-Black Sea Canal, Văcăreşti, Malmaison, Cluj, finalmente, Jilava, solitária onde passou três anos. Sua esposa, Sabina, foi in presa em 1950, passou três anos em Danube-Black Sea Canal em trabalho escravo. Wurmbrand foi libertado da primeira prisão em 1956, depois de oito anos e meio. Embora avisado para não pregar, retomou todos elementos trabalho na Igreja Subterrânea. Foi preso novamente em 1959 e condenado a 25 Anos. Durante sua prisão, foi torturado e espancado. Foi solto pela Anistia em 1964. Preocupados com a possibilidade de que Wurmbrand fosse mais uma vez para a prisão, a "Norwegian Mission to the Jews" e também "Hebrew Christian Alliance" negociaram as autoridades comunistas para sua libertação por US$ 10.000. Foi convencido pelos Líderes da Igreja Subterrânea a sair do país para se tornar a Voz da Igreja Perseguida.

“Crentes eram pendurados em cordas de cabeça para baixo e açoitados tão severamente que seus corpos balançavam de um lado para o outro sob a força das pancadas. Eram colocados em refrigeradores — “celas refrigerantes” — tão frias que se formava uma camada de gelo na parte interna da cela. Eu próprio fui jogado em uma dessas celas com bem pouca roupa. Médicos da prisão observavam-nos através de uma abertura, até verem sintomas de morte por congelamento. Nesse ponto davam sinal e os guardas nos tiravam e então éramos aquecidos. Quando já estávamos adquirindo calor, éramos imediatamente colocados de novo nas celas congeladoras, e isto repetidamente! Descongelar depois congelar até um ou dois minutos antes da morte, e então descongelar novamente. Isso continuava indefinidamente. Até hoje, algumas vezes não suporto abrir um refrigerador”.

“Uma grande lição permaneceu após todas as surras, torturas e carnificina infligidas pelos comunistas aos cristãos: o espírito é capaz de dominar o corpo. Muitas vezes, ao sermos torturados, sentíamos a dor, mas era como se fosse algo distante e bem dissociado do nosso espírito que estava tomado com a glória de Cristo e a sua presença conosco. Quando recebíamos uma fatia de pão por semana, e uma tigela de sopa de água suja por dia, decidimos que continuaríamos dando fielmente o “dízimo” mesmo nestas circunstâncias. De dez em dez semanas pegávamos a fatia de pão e a entregávamos a alguém que estava mais fraco como nossa oferta ao Mestre”.

Um cristão recebeu a sentença de morte. Antes de ser executado, permitiram que visse sua esposa. Suas últimas palavras a ela foram: “Você precisa saber que morro amando aqueles que me matarão. Eles não sabem o que fazem, e meu último pedido é que você os ame também. Não sinta amargura no seu coração porque mataram o seu amado. Encontraremo-nos no céu”. Estas palavras impressionaram o oficial da polícia secreta que estava acompanhando a conversa entre os dois de tal forma que se converteu. Em conseqüência, foi colocado na prisão junto comigo, onde contou-me esta história.

Na prisão de Tirgu-Ocna, havia um prisioneiro muito jovem chamado Matchevici. Estivera ali desde a idade de dezoito anos. Por causa das torturas, estava agora muito doente com tuberculose. Sua família descobriu de alguma forma o seu estado de saúde, e enviou-lhe cem vidros de estreptomicina, que poderiam lhe fazer a diferença entre a vida e a morte. O oficial político da cadeia chamou o prisioneiro e mostrou a encomenda. Disse-lhe: “Aqui está o remédio que pode salvar sua vida. Mas não é permitido receber encomendas da família.

Pessoalmente, gostaria de ajudá-lo. Você é jovem. Não gostaria que morresse na prisão. Ajude-me a ajudá-lo! Dê-me informações contra seus companheiros na prisão, e isto me dará justificativa diante dos meus superiores por lhe ter entregado a encomenda”. Matchevici respondeu sem hesitar: “Não desejo permanecer vivo e ter vergonha de olhar no espelho, pois estaria vendo um traidor. Não posso aceitar tal condição. Prefiro morrer”. O oficial lhe estendeu a mão e disse: “Minhas congratulações. Não esperava que me desse qualquer outra resposta”.

Mas eu gostaria de fazer outra proposta. Alguns dos prisioneiros se tornaram informantes. Afirmam que são comunistas, e estão denunciando a você. Jogam dos dois lados. Não confiamos neles. Gostaríamos de saber até que ponto são sinceros. Para você foram traidores. Prejudicaram muito sua vida, informando-nos sobre suas palavras e ações. Compreendo que não queira trair seus companheiros. Mas dê-nos informações sobre estes que se lhe opõem, e assim salvará sua vida! “Matchevici respondeu com a mesma rapidez que tivera na primeira proposta. “Sou um discípulo de Jesus, e ele nos ensinou a amar até nossos inimigos. Estes homens que nos traem realmente nos prejudicam muito, mas não posso pagar o mal com mal. Não posso dar informação nem contra eles. Tenho pena deles, oro por eles, mas não desejo ter qualquer ligação com os comunistas”. Matchevici voltou desta conversa com o oficial e morreu na mesma cela onde eu estava. Estive ao seu lado quando morreu, e morreu louvando a Deus. O amor venceu até mesmo a sede natural pela vida.

“Se um homem pobre é um apaixonado por música, dará seu último centavo para assistir a um concerto. Ficará sem dinheiro, mas não sentirá frustração, pois encheu sua alma de sons maravilhosos. Não me sinto frustrado por ter perdido muitos anos na prisão. Vi muitas coisas belíssimas. Já estive entre pessoas fracas e insignificantes na prisão, mas também tive o privilégio de estar na mesma cela com grandes santos, heróis da fé que se equipararam aos cristãos do primeiro século. Enfrentaram a morte por Cristo com alegria. A beleza espiritual de tais santos e heróis da fé nunca se poderão descrever.

“As coisas que estou dizendo aqui não são excepcionais. As coisas sobrenaturais tornaram-se comuns aos cristãos na igreja subterrânea. A igreja subterrânea é a igreja que voltou ao primeiro amor”.

“Antes de ser preso, eu amava muito a Cristo. Agora, depois de ter visto a “Noiva de Cristo”, seu corpo espiritual na prisão, posso dizer que amo a igreja subterrânea tanto quanto amo ao próprio Cristo. Vi sua beleza e seu espírito de sacrifício”

FONTE: www.ressureicao.com