domingo, 16 de outubro de 2011

Um sonho maior que eu


1. COMO JOSÉ, SONHANDO


Quando ouvi sobre a história de José, ainda criança, perguntei pra minha mãe, minha professora da escola dominical: "Por que os irmãos dele estão com raiva, a gente não sonha o que a gente quer e sim o que Deus quer, não é mesmo?" Minha indignação infantil não conhecia a inveja, o ciúme e muito menos o levante do inimigo contra os sonhos de Deus. Também não sabia que a maioria das pessoas trocava os sonhos de Deus por seus sonhos humanos. No desenrolar da história sabemos que os sonhos de José eram revelações de Deus para sua vida e o que seus irmãos fizeram de mal a ele não impediram que José se transformasse no grande governador do Egito. Eu sempre fui sonhadora e os leitores sabem que construi um grande roteiro de viagem, que fazia paradas breves e descompromissadas nas Igrejas, aos domingos e olha lá. Não é nada fácil vir de uma família que abre pequenas congregações, aonde o tio prega, a tia canta, a mãe ensina na escolinha e o primo tira a oferta. Quando a Igrejinha ia crescendo, tomando forma, com templo novo, instrumento musicais mais bacanas, quando ficávamos livres da microfonia e da festa da botija - lá ia a gente pra outro bairro, começar tudo de novo. Meu Deus que canseira, eu já tinha decidido que não queria nada daquilo na minha vida "Eu não, Deus me livre". Mas como Jó, o que eu mais temia me sobreveio. De uma forma muito particular o Senhor me guiou de volta pra casa, pra minha parentela e para a Igrejinha. Que amor era esse que eu estava sentindo por ela? Que saudade era essa dos hinos da harpa? Que surpresa era essa de sentir o que eu estava sentindo??? Depois de anos na prisão e na casa de Potifar lá vai José começar a jornada de realizar os sonhos de Deus. Na minha Igrejinha estou de volta à microfonia e às festas de botija entre outras coisas. Mais do que isso estou de volta ao meu primeiro amor. Neste processo começou a fluir em mim algo novo e espetacular - sonhos que não eram meus.


2. SONHANDO OS SONHOS DE DEUS
No ano passado eu recebi um sonho de Deus, e acredite: este sonho não era meu. Aliás, este sonho é bem maior do que eu! Neste sonho, muitas pessoas estudavam juntas a palavra de Deus, em salas de aula, em círculos e em grupos familiares. Eu não sei como isso aconteceu e nem sei como pessoas acreditaram nesse sonho, embarcando neste desafio. Mas o fato é que todas as portas se abriram e mesmo com muitos obstáculos, hoje temos um sólido grupo de estudos bíblicos - o Grupo Chokmah. Permita-me dizer que a consolidação deste projeto é exclusivamente pelo poder de Deus. Pois não temos (ainda) curso de Teologia, nem instalações próprias, nem recursos, nem apostilas modernas e avançadas, somente um grupo de pessoas com um desejo ardente de aprender mais sobre a Palavra. O que experimentamos nestes 9 meses e 39 livros da Bíblia que já estudamos é a mais absoluta revelação do Espírito Santo. Somos como crianças, tateando as paredes e andando pé a pé em direção ao conhecimento que vem de Deus, e nome mais oportuno para o Grupo não haveria de ter - Chokmah.
E hoje, de forma surpreendente para mim, eu assumo publicamente este sonho como meu. De alguma forma (misteriosa) o Senhor trabalhou em meu coração para que eu não só assumisse essa tarefa, mas que encarasse isso como um GRANDE PROJETO DE DEUS PARA MIM. Hoje o humilde grupo se tornou bem maior do que foi, há um ano atrás. Novas pessoas estão procurando o curso e hoje ele deixa de ser um Grupo de Estudos e passa a ser um Instituto Bíblico, com ensino para iniciantes no estudo da Bíblia, com várias turmas, de níveis diferentes, inclusive para adolescentes. O Senhor me fala que este é um degrau de muitos que vamos subir. O que desenvolvemos esse ano foi o suficiente para construir uma metodologia que é didática e eficaz no estudo da bíblia. Até o mês de Dezembro vamos concluir o 1º ano cujo tema é "Livros da Bíblia - Uma Visão Geral". E no ano seguinte "Bases Para Um Cristianismo Genuíno", encerrando o curso básico. Estou orgulhosa do que Jesus me fez presenciar, o mágico momento em que os sonhos de Deus passaram a fazer parte de uma pessoa.


3. SENDO CAPACITADO PARA A MISSÃO
Não me perguntem como uma pessoa sem curso de Teologia tem audácia de coordenar um Instituto Bíblico, mas eu acho que o passado nas Igrejinhas me mostraram que Deus vê grandes congregações aonde o homem só vê um salãozinho com 12 pessoas. De uma forma ainda oculta para mim Ele escolhe as coisas pequenas e despreparadas. Confio que o Senhor que chamou para a missão há de oferecer o treinamento apropriado. Eu bem sei que a Escola de Deus é o poço, o deserto, a casa de Potifar e a prisão. Não é nada fácil sonhar com algo que é mais grandioso de que si mesmo. Mas eu recebi em meu coração um evangelho que transforma humildes pescadores em oradores destemidos, pedras fundamentais. Transforma jovens trabalhadores rurais em profetas e heróis de guerra. Não estou dando nenhum passo que nossos humildes (porém extraordinários) cristãos primitivos não deram antes com êxito. Por que o Senhor que chama é aquele que capacita, e essa responsabilidade não é minha.
Não consigo entender o propósito de Deus com toda a história que vivi, quando criança. Depois, por que tive que perambular por inúmeras geladeiras gospel para sentir saudade da calorosa Igrejinha. Que calor arde em mim naquele lugar! Esse amor é o combustível que precisava para realizar qualquer missão, sem pensar em títulos, nem em habilidades humanas. (Não estou dizendo que apenas as pequenas congregações são ambientes de adoração genuína, mas este foi, especificamente o resgate que o Senhor executou em mim) Hoje só consigo pensar em conhecer e prosseguir em conhecer o Meu Deus e a Sua Palavra. E esse, sem dúvida alguma é o melhor sonho que eu poderia ter.
O estudo da Palavra deveria ser uma busca contínua de todo cristão. Peço ao Senhor que mais pessoas, se sintam incentivadas a montar Grupos de estudos da Bíblia em suas Igrejas, famílias ou entre amigos. Não preciso comentar o quanto é importante conhecer as escrituras e nem preciso dizer quanto respaldo bíblico temos para fazê-lo. Precisamos de Cristãos mais engajados, mais comprometidos com a Bíblia e com menos picuinha. As muitas heresias não se acanham em bater de porta em porta e de se impor pela mídia e por todos os lados possíveis. Vamos reagir Igreja Santa do Senhor, vamos falar do amor de Deus por onde passarmos, vamos explicar os trechos bíblicos de forma destemida para os que estão presos pelo laço enganoso do erro. Quantos de nós realmente nos reunimos com salmos e hinos de louvor? Qual foi a última vez que ganhamos uma alma para Deus? É triste saber que temos relativizado tanto que corremos o risco de perder o nosso referencial de comportamento. Vamos todos acoplar os sonhos de Deus aos nossos. Vamos buscar o centro de Sua vontade. Glória a Deus pois há tempo, a trombeta AINDA não tocou.

Susana Silvério

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Levantar as mãos ou dobrar os joelhos?


“Então disse Abisai, filho de Zeruia, ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça. Disse, porém, o rei: ...Ora deixai-o amaldiçoar; ...Deixai-o, que amaldiçoe; porque o SENHOR lho disse.” II Sam 16; 9 - 11

O senso de defesa próprio, bem como de nossas idéias, muitas vezes nos faz defensores de uma fortaleza que nem Deus está se ocupando. Se não tivermos o devido discernimento para estabelecer o que é prioritário, faremos forças, quando deveríamos considerar.

Davi estava em absoluta penúria, usurpado pelo próprio filho, fugitivo, no intento de preservar a vida. O bravo Simei, da tribo de Benjamim, portanto, pró Saul, que fora rejeitado quando da escolha de Davi, achou que era uma boa ora para bradar sua revolta contra o fugitivo filho de Jessé. Abisai, sobrinho do rei, decidiu cortar a cabeça do benjamita, mas, Davi disse: “Deixa que amaldiçoe”. Vai que Deus se apieda da minha miséria e muda isso em bênção, pensou. Sábia decisão, acabou acontecendo isso mesmo.

Temos sido desafiados todo dia a debates inúteis, e agimos como o valente Abisai, dispostos a decapitar a heresia que nos ameaça. Paulo desaconselhou essas coisas, “Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs, ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, Tito 3; 9 e 10 “E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas.” II Tim 2; 23 O conselho do apóstolo é: Identificou uma heresia, denuncie, mas, se o herege insiste, deixe-o pra lá.

Muitos de nós, eu inclusive, temos errado no sentido de nos aprofundarmos em questões loucas, que nunca terão termo. Certamente, enquanto fazemos isso, algo mais útil deixa de ser feito. Dia desses recusei entrar no debate calvinismo x arminianismo, sem me omitir a expor minha visão num post. Depois de mais de uma centena de intervenções, todos se cansaram e cada qual continuou mais convicto do seu ponto-de-vista. Alguém já disse, não se afunde nas questões, pois elas não têm fundo.

Esse nó ninguém desata há cinco séculos, não seríamos nós que o faríamos. Tenho recusado algumas provocações, pois não preciso cortar os pulsos se alguém acha que estou errado. Se o “Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus”. Que mais preciso? Muitos debates se dão por absoluta falta de conversão de alguns, nos quais o “véu” permanece, e tentam harmonizar o que condena com o que justifica, nunca conseguirão. Quando se converterem o véu será tirado disse o mesmo Paulo.

Se uns acham que a doutrina da trindade é pagã, outros, que devemos observar o sábado, ainda, que devemos conhecer o “nome original” de Deus, que somos pretensiosos, por pensar que temos arbítrio, ou que Deus predestinou quais serão salvos, que pensem e digam, mas, uma vez posto nosso pensar, insistir é cansaço vão, e desvio de alvo.

Assistimos irmãos em Angola que sequer sabem ler, que dizer sobre conhecer a Palavra? Mas nós temos que debater sobre vertentes gregas e hebraicas de nosso conhecimento. ( não estou desprezando o conhecimento, apenas, sugerindo foco) Demorei mas, parei de esperar mel de vespas, e frutos de espinheiros. Me refiro às disputas, não às pessoas.

Talvez um pouco da postura humilde de Davi; deixe que discordem, façamos nosso trabalho sem nos atrapalharmos com isso, afinal, vai que isso seja um argumento que os faça pensar melhor. Afinal, nesses tempos de simonia e macumba gospel, temos coisas mais urgentes a combater, no campo ideológico, sem falar das demandas práticas que nos assediam o tempo todo. Que importa se parecemos um “patinho feio”, Deus nos fez belos cisnes em Cristo, “nademos” pois, segundo Seu exemplo e para Sua glória.

Deus mudou em bênção a maldição de Simei contra Davi, e esse teve que mudar o discurso;
“E apressou-se Simei, filho de Gera, benjamita, que era de Baurim; e desceu com os homens de Judá a encontrar-se com o rei Davi.” II Sam 19; 16 “...teu servo deveras confessa que pecou;...” Contrário aos dias de Moisés que a vitória vinha quando ele estava com os braços levantados, em nosso tempo, vem quando estamos de joelhos dobrados.

“O orgulhoso de coração levanta contendas, mas o que confia no SENHOR prosperará”. Pv 28; 25
Leonel Elizeu Valer dos Santos

Leia mais em: http://www.webartigos.com/articles/74074/1/Levantar-as-maos-ou-dobrar-os-joelhos/pagina1.html#postedcomment#ixzz1VNs2qXYm

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Hino de Conversão do Testinha





MINHA CONVERSÃO


Quando eu andava sem Cristo
Quantas misérias passei
Não tinha paz, nem abrigo
Nunca alegria encontrei
Minha alma era manchada
Nas imensas trevas sem luz
Sem perceber que existia
Um Salvador em Jesus.

Mundo ingrato e perverso
Em ti não há salvação
O teu caminho é largo
Mas nele há perdição
O pecador não conhece
Quantas maldades tu tens
Porque quem dorme nas trevas
Dela faz parte tambem.

Sem atender ao chamado
que muitas vezes escutei
Não dava ouvidos e fugia
E muitas vezes zombei
Até que um dia o salário
Do pecado eu recebi
Fui morar em uma prisão
Foi lá que eu muito sofri..

Entre oito anos e meio
Abandonado fiquei
Não tinha nem um amigo
Todo o dinheiro eu gastei
Até mesmo o advogado
Desistiu e me abondonou
Foi nesse triste momento
Que socorri ao Senhor.

Hoje liberto das grades
E do pecado tambem
Fui transformado por Cristo
Pra o caminho do bem
Quando ouvir este hino
Abre o teu coração
Nele há morada para Cristo
Cristo te dá Salvação.

Hino composto pelo ex bandido Testinha(João Batista Rodrigues) e muito cantado nas décadas de 70 e 80. Testinha morreu em 1974. Seu testemunho
pode ser ouvido no Youtube.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PRECE DO AMOR DEMAIS


Quando penso, Senhor, naquele amor sublime
Como nem no céu existem dois iguais:
Amor que te fez amar o mundo inteiro,
Que te levou ao vitupério do madeiro
Quando, Senhor, quiseste amar demais.

Desejo também amar meu semelhante,
Como se minha alma nele residisse,
Sentir o peso do seu sofrimento,
Seu drama, sua dor, seu desalento,
Como se na própria carne eu sentisse.
Quero amar os revoltados, os escravos do vício,
Os quase suicidas, as vítimas da guerra.

Quero amar os velhinhos cansados,
As crianças sem mãe, os condenados,
O pobre, o doente – os últimos da terra.

Quero amar os ricos, os sábios, os poderosos,
Sem sentir inveja e sem bajulação.
Quero amar as tribos, as ilhas, o mundo,
Os homens da cidade, a gente do sertão.

Quero amar assim tão completamente,
Como só sabe amar aquele que Te ama.
E depois partir, silenciosamente,
Qual fósforo que se consome
Ao acender a chama.

Perdoa a pretensão do meu desejo
E se insisto, Senhor, uma vez mais;
Mais para que o mundo possa Te ver em mim
É preciso que eu suplique assim:
- Ensina-me, Senhor, a amar demais.

Myrtes Mathias

domingo, 22 de maio de 2011

Os erros do Espírito Santo(aos nossos olhos)


Pare evitar melindres, digo logo que o título é retórico, e não literal. Perco parte do impacto, mas evito logo os caçadores de heresia. Não tenho muita paciência com gente que procura chifre em cabeça de cavalo, e por isso esclareci logo.

Filipe estava pregando para uma multidão, e o Espírito o removeu para o deserto. Tirou-o do meio de um trabalho de massa e de grande impacto. É que lemos em Atos 8.12-13: “Mas, quando creram em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus, batizavam-se homens e mulheres. E creu até o próprio Simão e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e admirava-se, vendo os sinais e os grandes milagres que se faziam”. Filipe tivera discernimento e fora para a Samária: “E descendo Filipe à cidade de Samária, pregava-lhes a Cristo. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Filipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados” (At 8.5-7). Lá surgiu um avivamento e muitas conversões aconteceram.

É neste momento que vem o Espírito e comete seu primeiro erro: encaminha o evangelista a um lugar deserto. Tudo bem planejado por Filipe, as coisas estão indo bem, e o Espírito, de supetão, o remove dali para um lugar inexpressivo. Deus deveria respeitar mais nosso planejamento. Temos bons estrategistas, gente que sabe criar projetos e delinear ações. Mas Deus tem o estranho hábito de fazer as coisas sem nos pedir informações e sem olhar nossa prancheta. Não se tira um obreiro de um lugar em que ele está indo muito bem, fazendo um bom um trabalho, privando o lugar de sua presença marcante. As coisas iam bem por causa do homem certo no lugar certo.

O segundo erro estratégico: tirou o evangelista do meio de muitas pessoas e o encaminhou para esperar que passasse alguém. Veja os contrastes: “multidões” (v. 6) e “muitos” (v. 7) para “deserto” (v. 26). Ora, por que investir em lugares pequenos? Por que enviar um missionário para um vilarejo, ao invés de centrar as forças nos grandes centros urbanos? Faltou-lhe noção de estratégia missionária. Não aprendeu dos missiólogos. Ignorou as modernas técnicas de evangelização mundial. Foi por isso que errou. São Paulo de Piratininga é mais importante que Coxipó de Poconé de Conceição de Mato Dentro. Ter uma igrejona em Sampa é mais importante, estrategicamente falando, que ganhar alguém na periferia de Coxipó.

O terceiro: tirou o evangelista do meio de uma batalha, em que confrontara vitoriosamente o mal, para um lugar pacífico. Simão, o Mago, se decidira. Era só trabalhar mais com ele. Que troféu para exibir! Figurões convertidos ajudam muito na expansão do evangelho. Exibir um ex-alguma coisa dá um ibope terrível! A quem Filipe evangelizaria, no deserto? Lobos? Serpentes? Escorpiões? Para piorar, Pedro já “engrossara o caldo” com Simão: “Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua maldade, e roga ao Senhor para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laços de iniqüidade” (At 8.20-23). Figurões que sejam convertidos potenciais devem ser tratados com luvas de pelica! O Espírito também poderia orientar melhor aos missionários. Noções de Relações Púbicas fazem bem.

Por tudo isso, o Espírito Santo seria reprovado na disciplina Estratégia Missionária, num curso de Missiologia. Nós sabemos que o segredo do sucesso está no bom planejamento. Sabemos pensar, fazer projetos, idealizar situações. Tanto que nem precisamos de muita oração. A prancheta substitui o joelho em terra e nos dá a sensação de utilidade. Estamos fazendo alguma coisa para Deus ao invés de esperarmos passivamente. Nós somos proativos, e não reativos, mesmo reativos a Deus. Somos uma denominação que sabe planejar! Vejo cada calhamaço de planejamento! Só não entendo porque, com tanto planejamento, as coisas não melhoram. Bem, quem sabe, precisamos de mais planos…

Sabemos o que aconteceu. Filipe foi para o deserto, ganhou um ministro de Candace, rainha da Etiópia, para Jesus. O homem regressou convertido para seu país, e assim se cumpriu uma profecia bíblica: “estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus” (Sl 68.3). E, figurão por figurão, o Espírito sabia qual lhe seria mais útil.

Não se trata de seletividade do Espírito, removendo Filipe do meio do povão e levando-o a uma pessoa importante. É que o plano de Deus estava formado há séculos. Deus já tinha a conversão deste homem em mente, antes do avivamento em Samária. Precisamos conhecer os desígnios divinos para nossas vidas e para seu reino. E ele nos faz conhecê-los na convivência com ele. Não desconsidero os planos, mas considero que buscar a Deus e submeter-se a ele é mais importante que qualquer outra coisa. Geralmente planejamos e pedimos que Deus abençoe os nossos planos. Buscamos conhecer os planos de Deus? Antes de dedicarmos os planos a Deus dedicamos-lhe nossa vida? Nem sempre o segredo do bom sucesso são os planos, mas o caráter espiritual das pessoas sempre pesará muito. A espiritualidade não pode vir a reboque de projetos. A oração não pode ser item em nossas agendas, mas o suporte do que fazemos.

Creio que mais importante que papel e arquivos em computador é a profundidade espiritual. É a oração, não como tópico de agenda administrativa, mas a passional. Receio que a burocracia se torne um shiboleth e sufoque o Espírito Santo. Não é pecado planejar, mas é pecado criar a cultura de que tratamos de um negócio comum, que se atém a regras humanas normais, e não que cuidamos de algo sobrenatural, que não pode nunca deixar de ter abordagem e enfoque sobrenaturais em primeiro lugar. Será que muitas de nossas instituições não estão em crise exatamente por isso? Por que deixaram de ser espirituais e suas engrenagens se tornaram meramente comerciais? Se tem dinheiro em caixa então cumpriu sua missão. Será isto mesmo? Não será por isso que muitas não têm dinheiro em caixa e vão mal em outros setores?

O caráter de Filipe fica bem claro em Atos 6.3: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”. E isto me leva a considerar que a maior necessidade da igreja e das instituições que a servem (como batista entendo que as instituições são servas das igrejas) não é de mais burocracia eclesiástica, mas de pessoas de caráter espiritual elevado. De homens e mulheres espiritualmente rendidos a Deus e completamente entregues em suas mãos para a obra. Penso se não nos sobram planos e escasseiam quebrantamento e vida nas mãos de Deus. É ele quem faz a obra através de pessoas, e não as pessoas que fazem a obra através dos seus planos. “E Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários” (At 19.11).

Filipe pôde sair do meio do avivamento e ir para o deserto porque não mensurava seu serviço pela contagem de cabeças de decididos, mas sim em termos de espiritualidade obediente. Não são planos ou números. Estes são circunstanciais, secundários e produto da espiritualidade. O que mais importa são vidas nas mãos de Deus. Como a de Filipe. Com vidas assim nas mãos do Espírito de Deus as coisas dão certo. Ele nunca erra.

Pr Isaltino Gomes Coelho

in http://www.davarelohin.com.br

domingo, 1 de maio de 2011

Dois tipos de igrejas; dois tipos de crentes

Ouvi, algum tempo atrás, alguém me contar o conteúdo da conversa entre dois rapazes. Um deles disse ao amigo: “Minha igreja é o máximo! Como eu me sinto bem lá! Não há nada que me entristeça ou desaponte. Quando estou lá, é como se o mundo e a vida fossem perfeitos. Parece que estou no céu”.

O amigo ouviu esse relato e, após alguns segundos de silêncio em uma atitude reflexiva, respondeu: “Eu também gosto da minha igreja. Amo estar com meus irmãos e participar de todos os cultos e programações. Mas quando canto sobre a glória e a santidade de Deus e quando ouço a pregação da Palavra, não consigo parar de pensar em quanto estou longe daquilo que eu deveria ser e em quanto ainda eu preciso crescer no caráter cristão. Em alguns momentos eu fico desapontado. Mas meu desapontamento é comigo mesmo e com o pecado que pratico. Sofro por causa dele. Às vezes, até choro arrependido. Porém, a esperança de um dia viver com Deus, livre de defeitos, é o que me encoraja a continuar servindo cada vez mais a Cristo e a buscar a santidade na minha vida. Quando estou na igreja, não me sinto no céu... eu desejo chegar logo no céu!”.

Quem me contou essa história, também me explicou que esse segundo jovem pertence a uma igreja séria que enfatiza o ensino bíblico. Já o primeiro rapaz pertence a uma dessas comunidades voltadas ao público jovem cuja ênfase está na música e em programações “legais”, enquanto as Escrituras são tratadas com superficialidade por “pastores” sem preparo teológico. Com tal explicação, tudo ficou mais claro.

Além da óbvia constatação de que a igreja que menospreza a Bíblia se desvia dos caminhos e dos propósitos do Senhor, outra coisa me deixou pensativo: “Como pensam os membros das igrejas bíblicas? Será que todos pensam como o segundo jovem?”. Temo que a resposta não seja tão encorajadora.
Enquanto muitos crentes permanecem tratáveis diante das Escrituras e do pastoreio dos seus líderes, uma nova “raça” está se cristalizando nas fileiras eclesiásticas. Trata-se de um grupo que trouxe para dentro da igreja o individualismo dos nossos dias, de modo a não terem, de fato, comunhão com o corpo de Cristo. Também carregam os princípios do “Código de Defesa do Consumidor” não cogitando qualquer dever que tenham como membros de uma igreja, mas apenas os direitos que têm e o modo como devem ser respeitados pelos outros. Para piorar, importam do mundo uma noção tosca de que a igreja deve adulá-los a fim de não perdê-los, como se fossem fregueses de uma grande loja.

Tudo isso é estranho ao ensino bíblico. A igreja, para o crente, deve ser alvo da sua mais carinhosa atenção e cuidado (2Co 11.28), das suas orações constantes (1Ts 3.10) e do seu mais sincero amor (Ef 1.15, Cl 1.4). O crente deve ter a nítida convicção de que, como noiva de Cristo, a igreja pertence ao Senhor e, por isso, há um modo definido de ela se comportar (1Tm 3.15) no qual ela se submete ao seu Senhor (Rm 7.4-6; Ef 5.24) para produzir glória ao seu nome (Ef 3.21). Apesar de características tão específicas e marcantes para o conjunto de crentes que chamamos de “corpo de Cristo” (Ef 1.22,23), à semelhança de um corpo humano, a igreja também é formada de partes individuais (Rm 12.4,5). Assim, falar sobre as características da igreja é o mesmo que falar sobre o papel e a responsabilidade de cada crente em si. A igreja é o que seus membros são. Para termos uma igreja verdadeira, sadia e bíblica, precisamos ser, cada um de nós, crentes verdadeiros, sadios e bíblicos.

Por fim, todos nós devemos nos fazer duas perguntas: “Que tipo de igreja é a minha?” e “que tipo de crente sou eu?”.

Pr. Thomas Tronco''

segunda-feira, 28 de março de 2011

Uma homenagem de Susana Silvério

SERÁ QUE EU SOU POETA?





Esse texto é uma homenagem a Jefferson Magno Costa

Olha, eu confesso. Primeiro eu usei a religião, estava já à mão, eu tinha fácil em casa, depois a Filosofia, depois a Ciência e durante todo o processo a Poesia. Passeei por caminhos tortuosos, pela política, pela música, pelo teatro, por outras artes, pelas explicações agnósticas, pelas teorias, pelas conversas de bar, crenças antigas, tradições, por uma ou outra face da cultura. Mas eu juro: nunca usei antidepressivos, nem usei (todas) as outras drogas! Essas eram tentativas, vãs, se sanar minha obsessão por encontrar respostas.
Eu fui escrevendo, escrevendo, escrevendo pra ver se a dor sumia, se a secura na garganta, a vontade de perguntar passava, tentava pensar em outra coisa, ou melhor, tentava não pensar em nada, mas eu virava noites em claro, repassando uma frase que li, ou avaliando o filme que assisti. Por muitas vezes eu ouvi dizerem que eu estava ficando louca, ou que eu era dramática, ou que fazia aquilo pra chamar atenção. Poucas pessoas realmente entendiam que eu sofria muito por dentro, e ainda sofro.
Por que uns vão ouvir que não podem ter filhos e vão superar, eu vou reviver isso todo dia, o tempo todo. Uns vão ser expulsos da Igreja e vão ridicularizar a denominação, eu vou lamentar até que ponto chegou essa instituição (E eu lamento mesmo, profundamente). Uns vão se casar, ter seu emprego, ir a Igreja no domingo. Eu vou ficar na olaria, passando por mais e mais reparos. E como eu invejo uma vida, humilde, desproposital, como a de algumas meninas da minha idade que dormem ás dez e meia e acordam cedo pra ir trabalhar. Eu passo noites em claro, há 10 anos. Falando nisso, fico rindo dos pastores da iurd que pregam na madrugada, por que dos problemas que eles relatam, eu devo ter 80% (risos, muitos). Eu não tenho a audácia de pregar um Gezuz que tire como num passo de mágica, uma pessoa das dívidas, da depressão, do desemprego, a troco de uma visita na igreja, ou a troco de um toque nos 348, 368, sei lá. Eu não desperdiço nenhum copo d’água com isso.
Não posso pregar o que não vivo e o que eu vivo é o processo, etapa por etapa! Eu estou sofrendo, cada vez que a lixa do marceneiro passa. Eu estou remoendo meus erros na construção de um futuro mais coerente pra mim. Estou imitando Cristo, um pouco mais a cada dia, caindo no velho erro de vez em quando, me arrependendo, levantando, assim por diante. Fico fascinada com as histórias do tipo ‘dormi drogado e acordei crente’. Mas não é assim comigo. Eu sofro e reflito em cada desafio. Deito no chão da Igreja no meio do louvor, ligo pra pessoas ás 2 da manhã pra pedir perdão. Faço sessões de terapia em bancos de ônibus e choro 3 dias por causa de uma criança que vi pedindo esmola no centro da cidade. E pouco me importa se minha unha está com esmalte velho, pela metade ou se repeti o mesmo vestido nos últimos 5 casamentos. Eu visito meus tios, dias de terça á tarde. Prefiro a companhia de crianças de 11 anos do que de pessoas que conheço há 11 anos. Pesquiso sobre formas de economizar água e coloco em prática. Dou aulas de reforço escolar de graça, escondido do meu marido.
Veja bem, não torno tudo isso público pra ouvir comentários me dizendo que sou isso, ou aquilo. Só eu sei o quanto me dói ser assim, só eu sei quantos kilos já engordei nas minhas sessões da madrugada a fora. Só eu sei quanto tem na minha carteira pra pagar a coca-cola que quero beber agora – nada. Só eu sei o que me custa me submeter ás ordens de um líder sem questionar, por que dessa vez eu quero fazer dar certo. Só eu sei o que é ouvir que devo aceitar que meu marido é o cabeça, quando às vezes penso, que ele deve estar mais pra cabeça de alho. E isso, nós sabemos, têm multidões de implicações. Eu sei o quanto me custa ter em meu currículo um longo histórico de problemas com patrões, professores, orientadores, entre outras autoridades. Eu sei o peso que tem meu sobrenome, o peso que tem meu passado, o peso que tem minha figura pública e o pré-conceito que muitos formaram ao meu respeito. Eu sei quem sou. Ou não sei quem sou? Eu sempre me perco quando o assunto é esse!
Gostaria tanto de acreditar que sou um macaco, menos macaco que o ser evolutivo anterior na cadeia. Ou que sou uma alma sendo reciclada em outro corpo, com ainda milhões de chances. Seria tão mais fácil... mas não acredito! E la´vou eu lidar com todas essas minhas características-bomba hoje mesmo, agora. Ora leio Clarisse e me sinto mais confortável, ora leio Fernando e me sinto mais deprê. Me identifico com um, me diferencio de outro. Mas minha ajuda vem mesmo quando estou em oração. É conversando com meu Pai que vou aprendendo um pouco mais sobre mim. Sei que eu sou, no mínimo, uma pessoa excêntrica. Que ás vezes minha profundidade soa como abismo para muitos. De lá me apego à Deus com todas as minhas forças. Sou mesmo carente, dramática, complexa, bipolar, guerreira. Aberta, mas às vezes arredia. Amorosa, mas ás vezes cruel... Intensa. Intensa até demais. Como diria Nietzsche vou 'procurando razão na loucura' todos os dias. Como disse no começo, vou escrevendo pra ver se a dor passa. Que dor? a dor de ser como eu sou. Isso é ser poeta? Não sei. Mas respeito-os ainda mais, se eles são assim como eu.

Susana Silvério escreve no blog:

http://susanasilverio.blogspot.com/2010/09/sera-que-eu-sou-poeta.html

Obs. Ela pensa que não é poeta, mas é! Seu texto vale mais do que dezenas de poesias que se veem por ai.....

sábado, 12 de março de 2011

Sorvete de Casquinha

Em 1990, uma mulher entrou em uma sorveteria de um movimentado shopping em Kansas City para comprar um sorvete de casquinha. Enquanto estava fazendo seu pedido ao atendente, outro cliente entrou na loja. Ela se virou, viu-se olhando face a face com o ator Paul Newman. Ele estava na cidade preparando um de seus filmes. Seus olhos azuis fizeram seus joelhos se dobrarem. Ela pagou pelo sorvete e saiu apressadamente da loja com o coração palpitando. Recobrando seu equilíbrio, ela percebeu que não pegou sua casquinha de sorvete. Ela retornou e, na porta, encontrou Paul Newman que estava deixando o local. Ele disse para ela: "Você está procurando sua casquinha de sorvete?"
Incapaz de articular uma só palavra, ela balançou a cabeça dizendo que sim. "Você a colocou dentro da bolsa junto com o troco."
Quando foi a última vez que a presença de Deus nos fez esquecer tudo o que estava ao nosso redor? Que nos fez esquecer os pratos? Que nos fez esquecer o jogo de futebol?
Que nos fez esquecer a conta bancária? Que nos fez esquecer onde... Colocamos nosso sorvete de casquinha?
O que mais tem mexido conosco nos dias de hoje? Que tipo de situação nos leva a perder o controle momentâneo de nossos atos? O que tem virado nossas cabeças a ponto de esquecermos todo o resto?
Muitas vezes nos deixamos impressionar por coisas que, na verdade, nada têm a nos oferecer e que de nada servem para nosso crescimento espiritual. Deixamo-nos influenciar pelos letreiros luminosos da futilidade e esquecemos que logo se apagarão fazendo com que percebamos o tempo perdido que poderia ser aproveitado com coisas muito mais edificantes.
Troquemos as banalidades deste mundo por momentos com o Senhor Jesus. Se em Sua presença esquecermos das coisas inquietantes que nos rodeiam, certamente nos regozijaremos por ter feito a escolha certa.
Com Jesus no coração, não importa se você esquecer seu sorvete de casquinha.
Internet

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Sunamita

Essa história sempre me chamou muito àtenção: "Uma mulher que em meio a mais terrível dor (morte do filho) demonstra tranquilidade e fé". A Bíblia sequer menciona o seu nome, apenas chama-a de "sunamita", uma referência a cidade de Suném, onde morava. Suném quer dizer: "lugar de repouso". Localizada a sudeste do mar da Galiléia, entre os montes Gilboa e Tabor, na planície de Jezreel é herança da tribo de Isaacar.
O profeta Eliseu exercia seu ministério por lá quando foi notado pela sunamita: "Eis que este é um santo homem de Deus". Uma mulher, de discernimento. Eliseu torna-se hóspede dela. Como forma de retribuição, o profeta quis falar com o rei, a fim de lhe conceder favores. A sunamita, repondeu: "Eu habito no meio de meu povo"(II Reis 4:13), ou seja, "sou feliz neste lugar, não necessito de mais riquezas, me agrada o convívio com o povo". Eliseu, então, pede a Deus que lhe dê um filho.
Deus, em resposta a oração de Eliseu, realiza o desejo do coração da bondosa mulher. Seu filho já crescido, morre de uma dor de cabeça muito forte. Alguns teólogos, dizem que foi acometido de insolação já que passara muito tempo no campo, segando com o seu pai ( II Rs 4: 18-20)
O que fez a sunamita?
Chorou desesperadamente, lamentou, se revoltou contra Deus. Não!! Ela deitou o menino no quarto de Eliseu, reuniu os empregados, preparou jumentas e foi até o Monte Carmelo ao encontro do profeta. Seu marido estranhou:"Por que vais a ele hoje"? Ele nem imaginou onde chegaria a fé da sunamita. Sua resposta beira os limites do incompreensivel:"Tudo vai bem" Como?com o filho morto? "Tudo vai bem" Suas atitudes demonstram auto controle possível apenas em estado de total equilíbrio emocional, ou seja, ela não ficou desesperada.
Tribulações em Suném:
Você, já passou por algo parecido? Recebeu uma promessa de Deus, e viu essa promessa morrer? A sunamita, nos aponta um caminho: "Tudo vai bem", quando cremos em um Deus, que do pó, cria e recria a vida. Por mais difícil que pareça, é preciso repousarmos em "Suném". Acreditarmos que Deus quer o melhor para aqueles que obedecem e acreditam. Nos momentos mais tenebrosos, de escuridão, que não conseguimos enxergar o futuro. Como se diante de nós houvesse, um grande abismo, sem ligação, com o a esperança, com a felicidade, é preciso, repousar. Agir, de forma surpreendente. Não com a nossa frágil e pequena força. Mas, com a força, vinda do alto, disponível para os buscam com todo o coração:
"Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, e firme-se sobre O seu Deus" Is 50:10
"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais, então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração" Jr 29:11-14.
Encontrar o Senhor, eis a maior dádiva: Ouvir do céu, uma resposta. Nem sempre, recebemos o que pedimos, porém, Deus é sábio, para nos conduzir ao melhor lugar. Aos que conhecem a Deus, o conforto de saber que Ele sempre, sempre quer o melhor para seus filhos. O justo Jó, sofreu os mais terríveis males. Perdeu todos os filhos. No final, a restituição. Deus, zela, ama, e restitui. O diabo, rouba, mina. Deus vem e vivifica, faz transbordar, esta é a herança preparada para os filhos do Reino.
Que possamos nos espelhar neste grande exemplo de fé da sunamita. Deus nos abençoe.
 
In http://www.atendanarocha.blospot.com.br/

domingo, 30 de janeiro de 2011

Um antigo folheto

Nos anos oitenta, eu distribuia junto com a mocidade de minha igreja, um folheto que fazia muito sucesso, pela linguagem simples e pelo formato tipo histórias em quadrinhos. Não tinha mais visto este folheto até agora. Para matar saudades e para você que não que ainda não o viu, ei-lo:



Gostraram?

sábado, 22 de janeiro de 2011

A Parábola do filho pródigo


"E disse: Certo homem tinha dois filhos; e o mais moço disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda." Lc 15: 11 e 12 segue até o verso 32.

O filho mais novo via o pai como alguém rude, incapaz de compartilhar de todos os bens, por isso, exige sua parte da herança. A rebeldia, entretanto, estava no filho, que descumprindo a lei judaica, se torna herdeiro antes da morte do pai.

Desperdiça toda herança, fica na miséria. Pobre e infeliz resolve pedir ajuda a um fazendeiro. Pensou encontrar ali abrigo, comida e misericórdia, mas, não foi o que aconteceu. Sentiu fome, frio e solidão, dia após dia. "E ninguém lhe dava nada" (v.16)

"E tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!"(v.17)Ele percebeu que o pai era bondoso, generoso até mesmo com os trabalhadores (com quem não tinha parentesco), não seria com ele, filho? Percebeu que os bens materiais não foram capazes de fazê-lo feliz. Entendeu que ninguém o compreenderia tão bem quanto seu Pai.



Quantas pessoas estão passando por problema semelhante? O pai da parábola, representa Deus. Muitos, por não conhecê-lo, julgam-no distante, impiedoso e egoísta. Incapaz de compreender sentimentos, de amar os injustos pecadores. Optam por viver afastados, recebendo apenas "a parte que lhe cabe na herança" (a vida com suas mazelas).

Procuram ajuda nos "fazendeiros" do mundo, que só têm olhos para seus "porcos",ou seja, suas vidas sujas, imundas como um chiqueiro. "fazendeiros" que nada têm a oferecer, porque desconhecem o Pai.

Arrependido, o filho volta para casa. Imagino-o derramando lágrimas durante a viagem. Quantas lembranças do pai...

"Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e veste-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés" (versos 21 e 22)

As vestes representam um novo espírito, o anel, uma nova aliança, desta feita, eterna. As sandálias, representam um novo caminho. O filho agora, estava bem abrigado nos braços do Pai.

O Filho mais velho
Recebeu do pai, conforme a lei, uma maior parte da herança (dois terços), enquanto o mais novo(um terço). Nunca deixara a casa do pai, era moderado e cumpria com seus deveres, porém, nunca investira em um relacionamento com o pai. Por isso, não o conhecia. Sua falta de amor era tamanha que sequer consegue chamar "meu irmão" e se refere ao irmão como: "este teu filho" (v.30).

Mesmo tenho muitos bens, faz questão do cabrito matado para festa do irmão: "Nunca me deste um cabrito (V.29). Era egoísta.Esse filho representa os fariseus. A casa do pai, representa o templo, a igreja. Está no templo, não significa necessariamente, conhecer a Deus.

Esse filho também precisa de arrependimento, salvação, encontro íntimo e real com seu pai(Deus). Esse filho ainda não conhece o verdadeiro amor, pois, nunca buscou-o.

A mãe do filho pródigo
Entendo que não por acaso, Jesus contou três parábolas seguidas, presentes em Lucas 15: A parábola da Ovelha Desgarrada, Dracma Perdida e Filho Pródigo. Há semelhança entre as três que se relacionam entre si. Todas falam do resgate do pecador arrependido e da necessidade de arrependimento dos fariseus.

Vejo que na Parábola da Ovelha, o Pastor é Jesus. Na Dracma Perdida, a mãe é a Igreja, a Candeia, O Espírito Santo. No Filho Pródigo- o Pai É Deus. Então: Aqui está o papel da Trindade na salvação do homem.

Jesus É o bom Pastor que deu sua vida pelas ovelhas, seu sacrifício na cruz, redime o homem de todo pecado, conduzindo-o a salvação. A Igreja é representante de Deus, necessita ter o fogo do Espírito Santo, a candeia acesa para ir em busca dos perdidos. Deus está sempre esperando os filhos retornarem para casa, Ele sempre os recebe com alegria e amor. Houve festa no céu na parábola da Ovelha, festa na casa da mulher, na parábola da dracma, festa na casa do filho pródigo.

Então: Sendo a igreja a mãe, a mesma que buscou a dracma, ela está presente na parábola do filho pródigo. Ela é a casa do filho pródigo. Uma casa que manteve a candeia acesa por todo o tempo em que o filho esteve distante. àquele pai, deve ter orado pela volta do filho, derramado lágrimas em suas petições a Deus. É assim que agem os cristãos cheios do Espírito Santo.

O filho mais velho estava sempre em casa(Igreja) só que sua candeia estava apagada. Ele não se alegrou com a volta do irmão, não orava por isso, sequer procurava saber como estava. Ele é o retrato da Igreja inoperante, morta, sem amor pelos perdidos, ou mesmo pelos que já se encontram salvos.

O Caminho
Fiquei muito feliz ao ver Deus confirmar nesse estudo o que me revelara sobre "Os caminhos da esquerda e da direita" (publicado anteriormente sob a tag meditações). Em todas as três parábolas existem os dois caminhos opostos a Deus e os dois tipos de pecadores: O que se arrepende e o que acha que não necessita de arrependimento por se achar justo. Obrigada Senhor!

Sendo o filho pródigo
Essa parábola, desde a infância, é uma das minhas preferidas. A ouvi pela primeira vez em um culto noturno, estava com uma tia. Fiquei acordada do começo ao fim esperando o desfecho. Não sabia eu que anos mais tarde me identificaria com o filho pródigo, retornando para casa, após minha conversão.

Esse estudo foi para mim, renovador, revelador. Desejo que assim seja para você também. Que ele fale profundamente ao seu coração. Amém

Wilma Rejane

in http://atendanarocha.blogspot.com

domingo, 16 de janeiro de 2011

Jonas, a aboboreira, a bactéria e o aborto





Por André Couto



Não faz muito tempo, a NASA (National Aeronautics and Space Administration) anunciou a descoberta de nova forma de vida em um lago tóxico nos Estados Unidos, precisamente na California.

Antes do anúncio oficial da NASA sobre a misteriosa vida, cientistas do mundo, e curiosos espalhados por esse planeta terra, especularam a possibilidade da descoberta revelar a existência de vida extraterrestre. Não foi dessa vez, ou nunca será. Os cientistas descobriram um tipo de bactéria com características diferentes das encontradas em todas os outros seres vivos na Terra.

De acordo com a informação divulgada, a nova bactéria é capaz de usar arsênico ao invés de fósforo em seu metabolismo. Sinceramente, essa descoberta não mexeu com o cientista que há dentro de mim. Acho que faltei a essa aula.

Acredito que esse “bichinho” deva estar recebendo todos os mimos possíveis, até porque é a bactéria do momento, virou celebridade. Daqui a pouco escreverão a sua biografia. Brincadeiras à parte, vamos ao cerne da questão: a vida.

A tal bactéria, segundo os cientistas, é uma vida, bem esquisita por sinal, mas é vida, e ponto final. Os loucos por essa ciência vivem diariamente a aventura de Indiana Jones, e não sossegarão enquanto não descobrirem todas as novas formas de vida existentes na vastidão do nosso planeta. Esses cientistas valorizaram ao cubo uma simples bactéria, e ao mesmo tempo desprezam (não todos) a vida que é gerada no ventre de uma mulher.

Muitos afirmam que o embrião humano não é vida, e não sendo vida, pode ser descartado, desprezado, jogado numa lata de lixo hospitalar. Mas, a bacteriazinha famosa, ah, essa merece a nossa admiração e os aplausos dos “sensatos”.

Indiscutivelmente, a inversão de valores já aconteceu há muito tempo. A vida humana, que começa a partir da fecundação, deixou de ser matéria importante nos livros escolares, deixou de ser o assunto mais comentado nas praças e esquinas, o embrião humano transformou-se em marionete na mão de cientistas que o exploram para satisfazer seus anseios por novas descobertas. O fenômeno do momento é a bactéria célebre. Alimentem as bactérias e matem os embriões. Quanta crueldade!

O aborto poderá deixar de ser crime no Brasil, como já deixou de ser em diversos países. Porém, não deixará de ser assassinato, ato pecaminoso diante do Deus Altíssimo.

O Governador do Rio de Janeiro, que é a favor do aborto, fez a seguinte declaração:

“Quem aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”

Sou terminantemente contra o aborto, mesmo em caso de estupro. Concordaria com tal brutalidade no momento em que a vida da minha esposa corresse risco de morte em detrimento da gravidez. Mesmo assim, o homem de fé ora a Deus, e Ele lhe dirige os passos.

Recordo-me do profeta Jonas. O camarada do AT queria chacina, morte, sentença, e Deus, a misericórdia. Mais tarde, decepcionado com a atitude de Deus em perdoar os ninivitas, Jonas se compadece com a morte prematura da aboboreira, que lhe tinha oferecido sombra. Assim é, às vezes, o ser humano no que diz respeito à valoração das coisas. “Francisquinho” chora à morte do Totó, seu cachorrinho de estimação, e não se compadece do filho que implora o seu perdão, ou do vizinho que morreu vítima de atropelamento. “Francisquinho” se compadece do carro zero quilômetro que foi batido, e se esquece das vítimas que estavam dentro do veículo.

Os cientistas elevaram o valor da vida de uma bactéria, e se confundem ao afirmar o valor da vida de um embrião humano.

Viva a supremacia da vida humana criada por Deus, que começa a partir da fecundação.

Viva o embrião!

Deus lhe abençoe.


***
André Couto é pastor, blogueiro, amigo da vida e dos blogueiros do Púlpito Cristão.

in http://www.pulpitocristao.com/

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quer trocar?

Carlos Moreira

“Trocam-se lâmpadas novas por lâmpadas velhas!”. Você já ouviu esta frase? Ela faz parte do conto Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, que está contido na coletânea de livros e estórias das Mil e uma Noites, preservadas na tradição oral dos povos da Pérsia e da Índia.

Aladim, um jovem chinês, órfão de pai, pobre, vivia a vagabundear pelas ruas. Um dia, um mago africano chegou de um distante reino e passou a observá-lo. Com uma estória falsa, ele foi solicitado a apanhar uma lâmpada velha, abandonada em um jardim, sob o pretexto de ficar rico e poderoso. Entusiasmado com a idéia, cumpriu a missão, mas foi abandonado na caverna escura porque se negou a entregar a lâmpada ao mágico antes de ser puxado para fora.

Desesperado, durante dias procurou sem sucesso uma saída. Entretanto, acidentalmente, acabou esfregando a lâmpada e, surpreendentemente, um gênio lhe apareceu. Ele era capaz de realizar todo e qualquer desejo para o seu possuidor. E foi assim que Aladim tornou-se um homem poderoso, rico, casou-se com a filha do sultão e passou a morar no palácio.

Após algum tempo, sabedor do sucesso de Aladim, o mágico retornou a China. As portas do palácio, disfarçado de vendedor ambulante, começou a anunciar em alta voz: “trocam-se lâmpadas novas por lâmpadas velhas!”. A princesa, que desconhecia o segredo, achou aquela uma ótima oportunidade. Assim, trocou a lâmpada mágica por uma lâmpada nova, mas que não tinha poder algum. Imediatamente o mago acionou o gênio e ordenou-lhe que levasse o palácio com a princesa para terras distantes, deixando Aladim atônito, desesperado e sem absolutamente nada!

Tenho observado os dias em que vivemos, esta sociedade consumista, materialista que, cada vez mais, alimenta-se através da troca de coisas. Troca-se um casamento velho por um novo; uma profissão velha por uma mais rentável; um amigo velho por um outro que “abra” um novo network. É uma questão de oportunidade! No fundo, tudo que nos cerca perdeu o seu valor absoluto. O que importa agora é o que é relativo e como este relativismo pode nos atender.

Por isso é possível trocar caráter por jeitinho, amor por estabilidade, fidelidade por prazer, honestidade por comodidades, compromisso por omissão, troca-se tudo por qualquer coisa desde que se possa ganhar algo com isto. Até mesmo porque, quem pode prever o que uma boa negociação trará de benefícios? Não seria absurdo trocar um Deus antiquado, com princípios e valores “superados”, por outro moderno, tipo “gênio da lâmpada”, que nos assegurasse benefícios e vantagens aqui, agora, e isso sem precisarmos esperar pela eternidade, se é que ela existe? Como assim? Você já trocou?!

“Alguma nação já trocou os seus deuses? E eles nem sequer são deuses! Mas o meu povo trocou a sua Glória por deuses inúteis. O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água”. Jr 2:11 e 13. Pois é, já dizia George Courteline: “É mais fácil trocar de religião do que de café”.

A denúncia do profeta Jeremias poderia estar estampada no jornal de qualquer denominação cristã: das Histórias e Reformadas, as Pentecostais e Neopentecostais, passando, até mesmo, pela Igreja Católica; qualquer uma! Abandonamos a Deus, seus valores, seus princípios, sua ética, e trocamos tudo isto por um “prato de lentilhas”, por um estilo de vida mais “adequado” ao século XXI, mas adaptável às nossas necessidades e demandas. Assim, sincretizamo-nos com práticas das mais perversas, destruímos, em benefício próprio, a sã doutrina, agimos de forma reprovável e, cinicamente, fazemos como fez o povo de Israel dizendo: “por que nos ameaça o Senhor com todo este grande mal? Qual é a nossa iniqüidade, qual é o nosso pecado, que cometemos contra o nosso Deus?” Jr. 16:10

Abandonamos a fonte de água viva, que é Jesus – “vinde a mim e bebei” – a sua Palavra, o seu Espírito, o seu Evangelho, e passamos a beber água suja, armazenada em cisternas construídas por mãos humanas, cisternas que não podem reter o que trás a paz e faz o bem porque rompem-se, deixam vazar seu conteúdo, pois suas águas estão apodrecidas.

Por isso sucede-nos o que também se sucedeu ao povo de Israel: “agora, por que você vai ao Egito para beber água do Nilo? E por que vai à Assíria para beber água do Eufrates?”. Jr. 2:18. Temos de beber a água do “Egito”, que simboliza o mundo e seu sistema perverso, bebemos de seus valores distorcidos e nem nos apercebemos que eles estão nos matando, destruindo nossas famílias, vamos a “Assíria”, beber das fontes do paganismo, e assim nos apropriamos de “fogo estranho”, porque as fontes da vida que nos supriam secaram-se, esvaziaram-se, tornaram-se indisponíveis.

Nunca foi tão fácil, em termos da sociedade humana, realizar trocas como em nossos dias. Podemos trocar tudo! O ferro de engomar quebrou, troca-se; o mouse do computador quebrou, troca-se; o carro está quebrado, troca-se; não está feliz no apartamento atual, troca-se; a faculdade é distante, troca-se; não está realizado no emprego, troca-se; o casamento está monótono, troca-se; a igreja não tem programas que te agradam, troca-se; o pastor é muito firme, troca-se; Deus não te atende, troca-se. O importante é você estar feliz! Por isso, vá trocando tudo até encontrar algo que lhe agrade!

É a cultura do descartável. Começa-se trocando coisas; depois, trocam-se valores; em seguida, princípios e, por fim, pessoas. Aí instaura-se em nossa consciência um mecanismos perverso que nos leva a amarmos as coisas e usarmos as pessoas. Saímos trocando, como se a vida tivesse se tornado um grande mercado público e tudo pudesse ser “comercializado”, não há limites nem restrições, não há regras, nem ética, nem nada, apenas a necessidade de se saciar o apetite da alma e de suas paixões.

Às vezes fico imaginando se Deus nos tratasse na mesma moeda. Já pensou se houvesse um jornal no céu, “A Tribuna Divina”?!. Como seria abrir de manhã cedo a seção dos classificados e encontrar, com letras garrafais, o seguinte anúncio: Deus Troca! E abaixo, as ofertas...

"Troca-se um fulano que quer fazer por um outro que queira ser; a fulana maldizente por uma que seja adoradora; a cicrana fofoqueira por uma apaziguadora; um marido infiel por um que seja leal; um colaborador esporádico por um dizimista responsável; um atarefado por um comprometido; um legalista por alguém cheio da graça; uma boca suja pela língua de um salmista; ativistas por gente que ora; uma igreja com donos por uma em que Eu possa mandar; “apóstolos”, “bispos”, “patriarcas”, “evangelistas”, “missionários” e outras “entidades metafísicas” por gente humilde, simples, comprometida apenas com o ensino, o pastoreio e a profecia".

Apenas uma pergunta: Você trocaria?...

Carlos Moreira é culpado pelo que escreve. No “troca-troca” da vida escolheu perder muitas coisas e ficar com Jesus. Textos seus podem ser lidos no Genizah e também em A Nova Cristandade.

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/01/quer-trocar.html#ixzz1ANt5cCk7
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